Energias humanas
Cientistas da Universidade de Granada, na Espanha, afirmam ter
comprovado cientificamente que é possível enxergar a aura das pessoas.
A aura seria um campo de radiação luminosa que circunda uma pessoa como se fosse um halo.
Embora a aura seja usada em processos de cura por místicos desde a
Antiguidade, poucos cientistas se aventuraram na área justamente pelo
temor de serem associados ao misticismo, por definição algo
diametralmente oposto à ciência.
Contudo, à medida que os sensores e a capacidade de medir campos de
energia mais tênues vão se aprimorando, as pesquisas realmente
científicas na área têm avançado, sobretudo no campo do magnetismo,
embora ainda devidamente enquadradas no padrão oficial da ciência
acadêmica.
Aura e efeito placebo
Segundo Emilio Gómez Milán e seus colegas, algumas pessoas,
geralmente conhecidos como "curandeiros", de fato conseguem perceber um
campo de energia ao redor das pessoas.
Isto, segundo a pesquisa, se deve a um fenômeno já bem conhecido dos
cientistas, chamado sinestesia, um fenômeno neuropsicológico que parece
mesclar os sentidos.
Segundo o grupo, isto pode explicar cientificamente a alegada prática
virtuosa dos curandeiros: sua visualização geraria um "significativo
efeito placebo" nas pessoas doentes, dizem os cientistas, que de fato as
leva à cura.
Sinestesia
Nas pessoas sinestetas - que apresentam a sinestesia - as regiões do
cérebro responsáveis pelo processamento de cada estímulo sensorial são
fortemente interconectadas.
Ou seja, os sinestetas têm mais conexões sinápticas do que as pessoas "normais".
"Essas conexões extras fazem com que elas automaticamente estabeleçam
associações entre áreas do cérebro que normalmente não são conectadas,"
explica o professor Gómez Milán.
Desta forma, os sinestetas podem ver ou tatear um som, sentir sabor
das cores, ou formatos das palavras, entre outras inúmeras
possibilidades.
O que as pessoas que conseguem visualizar auras possuem é o que os cientistas chamam de sinestesia emocional.
Qualidades de um místico curador
Os cientistas espanhóis afirmam que "nem todos os curandeiros são
sinestetas, mas há uma elevada prevalência desse fenômeno entre eles. O
mesmo ocorre entre pintores e artistas, por exemplo".
Eles estudaram um médium espanhol chamado Esteban Sánchez Casas, mais conhecido como "O homem santo de Baza".
Segundo a análise dos cientistas, a capacidade de Esteban Casas ver a
aura das pessoas "é, de fato, um caso claro de sinestesia".
Ainda segundo o artigo, o místico apresentaria quatro elementos básicos que explicariam seu "poder de cura".
O primeiro é a sinestesia face-cor, na qual a região do cérebro
responsável pelo reconhecimento facial é associada com a região de
processamento de cores.
O segundo é a sinestesia toque-espelho, quando o sinesteta, ao
observar uma pessoa que está sendo tocada ou que está sentido dor,
consegue sentir a mesma coisa.
O terceiro é uma elevada empatia, a capacidade de sentir o que as outras pessoas estão sentindo.
Finalmente, o místico teria esquizotipia, um conceito psicológico
amplo, que descreve um contínuo de características de personalidade que
vão desde estados dissociativos normais e estados imaginativos, até
extremos como a psicose e a esquizofrenia.
Explicações fisiológicas
"Estas habilidades fazem com que os sinestetas tenham a capacidade de
fazer com que as pessoas se sintam compreendidas, o que lhes
proporciona uma emotividade especial e uma capacidade de perceber a dor
[dos outros]," escrevem os cientistas em seu artigo, publicado na
revista Consciousness and Cognition.
À luz de suas explicações, os cientistas concluem que, "embora alguns
curadores realmente tenham a capacidade para ver a aura das pessoas e
sentir a dor dos outros devido à sinestesia", seus efeitos curadores
devem-se unicamente a um "significativo efeito placebo".
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