Uma em cada dez pessoas usa mais a sua mão esquerda
do que a mão direita, e essa tendência ocorre a mais de 5000 anos. Uma
nova pesquisa americana afirma ter encontrado uma explicação plausível
para que essa diferença aconteça.
De acordo com os pesquisadores da Universidade
Northwestern, a porcentagem baixa de canhotos é um resultado do
equilíbrio entre cooperação e competição entre humanos. Os humanos têm
uma necessidade evolutiva de cooperar, como quando começaram a
compartilhar ferramentas ou caçar juntos. Quando a maioria dos membros
do grupo usam a mesma mão, a cooperação se torna mais simples. “O
quanto mais social for o animal – onde a cooperação é muito valorizada –
mais a população geral seguirá uma tendência para um dos lados”,
explica um dos autores, Daniel Abrams.
Mas como os seres humanos não são unicamente
cooperativos, existindo também competição dentro da nossa espécie, nem
todos os seus membros são destros. “Se uma sociedade fosse totalmente
cooperativa, então todo mundo (daria prioridade) à mesma mão. (A
competição física) favorece o incomum. Em uma luta, um canhoto em um
mundo de destros teria a vantagem”, afirma Rick Nauert, do site Psych
Central. Como a competição existe entre humanos, sempre haverá canhotos
na nossa sociedade.
Para comprovar a teoria, a equipe de pesquisadores
analisou esportistas de modalidades como a esgrima, o ping-pong e o
boxe. No esporte existem cinco destros para cada canhoto, reforçando a
vantagem de se usar mais essa mão. Já em modalidades onde a mão usada
não é um fator- como no golf - os canhotos não são beneficiados. “A
exatidão da predição do nosso modelo quando aplicada a dados de
esportes apóia a idéia de que nós estamos vendo o mesmo efeito na
sociedade humana”, completa Abrams.
A preferência pelo uso de uma das mãos é parcialmente genético e parcialmente ambiental.
A pesquisa foi publicada no periódico The Journal of the Royal Society Interface.
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