terça-feira, 22 de março de 2011

Imitar é a melhor forma de entender diferentes grupos sociais

Você acha que pode levar alguém a pensar que você é de um grupo social diferente do que é originalmente? Um estudo, desenvolvido pela Universidade de Cardiff, no Reino Unido, usa esse desafio para avaliar como diferentes grupos sociais se reconhecem.
A metodologia usada na pesquisa é similar ao chamado “teste de Turing”, onde pessoas são testadas para saber se estão ou não conversando com um computador com respostas pré-programadas. Na pesquisa inglesa, uma pessoa de uma minoria social dentro da universidade – estrangeiros, pessoas de religiões diversas e de hábitos diferentes do padrão dominante ou amplo, por exemplo – era convidada a ser o juiz de um diálogo entre duas outras pessoas. Esse “juiz” fazia uma série de perguntas on-line para dois estranhos. Um deles era do mesmo grupo social, o outro da maioria (ou de um padrão maior do que aqueles que eram identificados como minoria). Ambos os participantes tentavam responder às perguntas de forma a convencer o “juiz” de que faziam parte do mesmo grupo.
Os resultados mostraram que os membros de grupos minoritários são melhores em imitar os de grupos majoritários do que o inverso. “O teste mostra o quanto os grupos conseguem absorver da cultura e linguagem dos outros. Aparentemente, as pessoas membros de grupos minoritários observam e entendem melhor os hábitos dos de grupos majoritários mais detalhadamente. Por exemplo, nós descobrimos que os cristãos praticantes acharam fácil fingir serem ateus – a maioria entre os universitários –, enquanto que os ‘juízes’ cristãos não se deixaram enganar por ‘não devotos’ fingindo ser cristãos praticantes. É surpreendentemente mais difícil se passar por um cristão praticante; e parece mais fácil fingir ser um homossexual, cuja comunidade é cada vez mais acessível para pessoas de fora, atualmente, e portanto a maioria das pessoas têm acesso aos seus códigos sociais”, explica Collins.
A equipe da Cardiff, liderada pelo professor Harry Collins, da Faculdade de Ciências Sociais, já havia realizado teste de identidade com sucesso no País de Gales. Agora eles deverão expandir este estudo nos próximos cinco anos para outros países da Europa e colher dados também na Américas do Norte e do Sul.
Se a pesquisa se mostrar realmente efetiva, com resultados sólidos, então ela tem grande potencial para nos mostrar como os vários grupos – minorias e maiorias – interagem, como as regiões se diferenciam em suas atitudes e como estas evoluem com o tempo.
Também tem muito a nos dizer sobre o equilíbrio de poder. “Por exemplo, a população de escravos negros dos Estados Unidos, no século 19, tinha de conhecer os costumes da população branca por uma questão de sobrevivência, enquanto esta população não tinha nenhuma necessidade de entender os escravos. Esta pesquisa poderia nos mostrar onde este poder se encontra na sociedade atual”.

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