segunda-feira, 4 de julho de 2011

Indução da ovulação pode ter efeitos negativos na mulher

Entre as consequências estão o fracasso do tratamento de reprodução e aborto

A indução da ovulação em mulheres maiores de 35 anos que se submetem a tratamentos de fertilidade pode causar efeitos adversos ao organismo, segundo as conclusões de um estudo divulgado neste domingo (3).
Um grupo de pesquisadores do Centro de Fertilidade, Ginecologia, e Genética de Londres considera que esse procedimento - pelo qual se recorre à medicação hormonal para estimular a ovulação e que, dessa maneira, liberam um maior número de células reprodutoras - altera o processo crítico da duplicação de cromossomos conhecido como meiose.
Segundo os especialistas, isso provocaria anormalidades no número de cromossomos, o que poderia, por sua vez, causar efeitos adversos, como o fracasso do tratamento de reprodução assistida, um aborto ou, de maneira mais rara, o nascimento de um bebê afetado com condições como a síndrome de Down.
Essas conclusões serão expostas nesta segunda-feira (4) na conferência anual da European Society of Human Reproduction and Embryology, em Estocolmo, na Suécia.
Esse grupo de especialistas vai destacar que os resultados de seu estudo estão levando a um novo entendimento sobre o desenvolvimento das possíveis anormalidades que podem ocorrer, nas quais, segundo eles, a estimulação da ovulação poderia ter algo a ver.
Para chegar a esse resultado, o diretor do centro médico de Londres, Alan Handyside, e colegas de oito países diferentes desenvolveram uma nova maneira de detectar corpos polares, pequenas células produzidas durante as duas divisões meióticas no processo de amadurecimento dos gametas femininos. Segundo Handyside, ainda é necessário "pesquisar mais sobre a incidência e o esquema dos erros meióticos após diferentes regimes de estimulação".
- Os resultados dessa pesquisa devem nos permitir identificar melhores estratégias clínicas para reduzir a incidência dos erros de cromossomos em mulheres mais velhas que se submetem a tratamentos de fertilização in vitro.

Animais atropelados ajudam a estudar transmissão de doenças

Bichos dão pistas sobre problemas de saúde como o mal de Chagas

Um estudo sobre os animais silvestres que morrem atropelados nas estradas de São Paulo vem permitindo a pesquisadores da Unesp (Universidade Estadual Paulista), no campus de Botucatu, entender as formas de transmissão de importantes zoonoses para a saúde humana, como a doença de Chagas e a leishmaniose.

Os pesquisadores analisaram amostras de tecidos de diversas espécies encontradas atropeladas e descobriram, por exemplo, que os tatus são grandes hospedeiros de parasitas causadores de leishmaniose e doença de Chagas. Já o tatu-galinha, além de ser hospedeiro de causadores dessas duas doenças, também abriga os que provocam a paracoccidioidomicose, micose sistêmica de maior ocorrência na América Latina.

A pesquisadora Virgínia Bodelão Richini Pereira, do Núcleo de Pesquisa em Zoonoses da Unesp em Botucatu, explica que “os locais onde esses animais vivem são comuns aos homens”.

– No caso do tatu, muitas pessoas o usam na alimentação e, se a carne não for bem cozida, a pessoa pode se infectar.

De acordo com o médico veterinário Helio Langoni, supervisor do estudo, algumas das espécies estudadas estão na lista vermelha de espécies ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN, na sigla em inglês), o que dificulta o acesso aos exemplares vivos.
A morte de animais silvestres por atropelamento é considerada uma das maiores causas de perda de biodiversidade da fauna, principalmente de espécies em risco de extinção. A utilização desses bichos em pesquisas traz vantagens, pois não há necessidade de anestesia e eutanásia.

Obesos têm esperma de pior qualidade

Peso do homem tem relação direta com a fertilidade

O esperma dos homens obesos é mais pobre em espermatozoides, o que pode ter impacto direto sobre sua fertilidade, segundo um estudo francês apresentado nesta segunda-feira (4).
O estudo foi realizado com 1.940 pessoas por uma equipe liderada por Paul Cohen-Bacrie, diretor científico do Laboratório de Biologia Médica de Eylau-Unilabs, em Paris. O médico diz que “o sobrepeso causa uma modificação dos parâmetros do esperma, devido provavelmente a problemas hormonais”.
Os pesquisadores analisaram o volume de esperma, pH (nível de acidez), concentração de espermatozoides por mililitro de esperma, número total, mobilidade, vitalidade, taxa de formatos atípicos, etc. Depois, essas informações foram comparadas com o índice de massa corporal dos voluntários.
Com um IMC (peso dividido pelo dobro da altura) inferior a 20, a pessoa pode ser considerada magra. Entre 20 e 25, o peso é normal e entre 25,1 e 30, há sobrepeso. E o indivíduo é obeso quando o resultado supera 30.
O estudo mostra que, quanto maior o sobrepeso, menor a qualidade do esperma, particularmente no que se refere à concentração e ao número total de espermatozoides.
A concentração de espermatozoides é 10% menor para os pacientes com sobrepeso em relação àqueles com peso normal e chega a 20% para os obesos. A mobilidade dos espermatozoides também cai 10%.
O índice de pessoas que sofrem de uma ausência total de espermatozoides (azoospermia) é de 1% quando o peso é normal, mas cresce para 3,8% entre os obesos.
Cohen-Bacrie diz que, “quando um casal quer ter filhos, é preciso também tomar cuidado com o peso do homem, que é um aspecto importante”. Mas há um elemento reconfortante: o médico constatou em 300 pacientes que o problema é reversível, e que ao emagrecer a situação melhor.

Um em cada três profissionais sofrem com a doença da pressa

Falta de tempo é o grande vilão do mundo moderno. Segundo pesquisa do International Stress Management Association do Brasil (ISMA-BR), associação internacional com o objetivo de prevenir e tratar o stress, 30% dos profissionais sofrem com a doença da pressa, ficando com a impressão de que o dia é curto demais para os afazeres. Além disso, cerca de 70% dos brasileiros economicamente ativos sofrem com o stress mal administrado. Este foi um dos temas tratados no 11º Congresso de Stress da ISMA-BR, que ocorreu no final de junho.
A ISMA-BR entrevistou mil profissionais brasileiros (homens e mulheres), de 25 a 65 anos, ativos no mercado de trabalho para detectar as consequências de se manter um estilo de vida excessivamente acelerado, conhecido como hurry sickness, ou doença da pressa.
A conclusão é de que 30% das pessoas entrevistadas sofriam da doença da pressa, sendo que 8% já diminuíram o ritmo e 13% querem fazê-lo, mas alegaram estar em busca de alternativas. O profissional com a doença da pressa apresenta sintomas físicos, emocionais e comportamentais.
“O ritmo das ocupações que os homens impõem a si mesmos é a principal causa de transformar o tempo em falta de tempo. O segredo está em criar estratégias, de maneira a conciliar os âmbitos profissional e pessoal, para preservar a qualidade de vida“, afirma Ana Maria Rossi, presidente da instituição.
Segundo ela, o grande desafio da década é a redução dos altos níveis de tensão, para lidar de maneira mais eficiente com a quantidade de horas trabalhadas – atualmente são 52 horas por semana, mas deve chegar a 54 nos próximos anos. 
Entre os sintomas físicos, os entrevistados alegaram dores musculares, cansaço, insônia, azia e hipertensão. Como consequências emocionais, foram ressaltados o aumento na ansiedade, a angústia, a falta de concentração, a raiva e a falta de memória. 
Quanto às mudanças comportamentais, foram apontados o aumento no uso de medicamentos, no consumo de álcool, e na apetite, além de uma redução da libido e de uma maior incidência de acidentes de trânsito.

Nova lei penal entra em vigor nesta segunda-feira

Com novas regras, só poderá ser preso sem condenação quem cometeu crimes mais graves

Entra em vigor nesta segunda-feira (4) uma nova lei que regulamenta as prisões e pode beneficiar 219 mil detentos provisórios - aqueles que ainda não foram condenados pela Justiça.

Com as novas regras, todas as prisões preventivas deverão ser revistas. A partir de agora, só pode ser preso sem condenação quem cometeu crimes mais graves, com penas superiores a quatro anos, ou quem estiver envolvido em violência doméstica e familiar.

Alguém que furtou uma bicicleta, por exemplo, não precisará mais ir para um centro de detenção provisório.

Antes, até o final do julgamento, o juiz tinha duas opções diante de um acusado: prendê-lo ou liberá-lo. Com a lei, ele terá outras nove alternativas, chamadas de medidas cautelares.

Entre elas, estão a proibição de acesso a determinados lugares ou contato com pessoas, a suspensão do exercício da função ou de atividade econômica, pagamento de fiança, a proibição de sair do país e o monitoramento eletrônico.

Os objetivos da nova lei são reduzir a população carcerária e também contornar a falta de acesso à Justiça. Em regiões com poucos defensores públicos - advogados fornecidos pelo Estado para quem não tem condições de contratar um -, pessoas sem dinheiro acabam sendo esquecidas nas cadeias.

A redução da quantidade de presos também representa uma vantagem econômica. De acordo com o Ministério da Justiça, cada preso custa, em média, R$ 1.800 por mês ao Estado.

A nova lei altera alguns dispositivos do CPP (Código de Processo Penal), que está sendo reformado no Congresso Nacional. O projeto já foi aprovado no Senado, mas algumas questões ainda serão discutidas na Câmara.

Mais de 90% dos assassinatos na Amazônia ficam sem punição

De 713 casos de homicídio, apenas 30 foram a julgamento. Impunidade alimenta violência

De todos os casos de assassinato no campo ocorridos desde 1985 nos nove Estados que compõem a Amazônia Legal, nem 5% foram julgados. De acordo com um levantamento da CPT (Comissão Pastoral da Terra), até o último dia 20 de abril, houve 713 ocorrências de homicídio na região, principal foco de conflitos agrários do país, com 1.033 vítimas.

Do total, apenas 30 casos chegaram a ser julgados. Entre os mandantes dos assassinatos, apenas 18 foram condenados. Quanto aos executores dos crimes, 24 foram punidos pela Justiça. Houve, ainda, 20 absolvições.

A impunidade que beneficia a maioria dos criminosos e leva poucos acusados para o banco dos réus é um dos principais motores que alimentam os alarmantes índices de violência no Norte do país.

Para ampliar o número de julgamentos e torná-los mais ágeis, a Ajufe (Associação dos Juízes Federais) sugere a federalização de crimes contra os direitos humanos. Dessa forma, os homicídios de trabalhadores rurais, se forem considerados violações dos direitos humanos, passariam para a responsabilidade da Justiça Federal, saindo dos Estados.

O presidente da entidade, Gabriel Wedy, diz que o juiz federal tem competência para julgar mais rapidamente o processo e não sofre a pressão que afeta os magistrados locais, que muitas vezes agem sob influência devido à proximidade da zona de conflito e são submetidos a interesses das partes envolvidas.

Outra sugestão, defendida pela procuradora federal Gilda Diniz dos Santos, que atua junto ao Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), é a criação de uma Justiça Agrária, que ficaria exclusivamente responsável por questões do campo. Em sua opinião, um juiz que tenha uma melhor compreensão do universo rural teria “mais facilidade e condição de decidir” em situações de conflito.

- Se você tem um juiz que está aberto e é mais sensível, tem disponibilidade e paciência para fazer audiência, ir ao local para conhecer a realidade, isso facilita muito.

Pará

Nos últimos dois meses, novos casos de mortes no campo ganharam o noticiário, a maioria no Pará, Estado em que a situação é mais alarmante. Entre 1985 e 2011, foram 408 casos de homicídio, com 621 vítimas. No entanto, só 24 pessoas foram condenadas em apenas 15 casos levados a julgamento.

No Pará, vários fatores entram na soma que tem a impunidade como resultado: vão da falta de regularização, que gera a disputa pela terra, passam pela ampla extensão territorial do Estado e incluem a ausência do aparato estatal em pontos mais afastados, como os assentamentos da reforma agrária onde ocorrem irregularidades. Na prática, além de não conseguir investigar e punir os crimes que ocorrem, o poder público também não chega às raízes da violência.

O procurador Tiago Rabelo, que atua no MPF (Ministério Público Federal) de Marabá, no sudeste do Estado, diz que todos os órgãos do poder público que atuam na região encontram dificuldades para desenvolver suas atividades.

- Existe dificuldade até de acesso a projetos de assentamento [da reforma agrária], péssimas condições de trafegabilidade nas [estradas] vicinais, períodos de chuva que inviabilizam o deslocamento de equipes, deficiência estrutural e operacional e insuficiência nítida de recursos humanos e principalmente materiais para se conduzir adequadamente as investigações.
Embora ressalte que o MPF não tem competência para tratar dos chamados crimes contra a vida, como os assassinatos (o que cabe aos órgãos estaduais), Rabelo enumera uma série de obstáculos que se colocam diante de seu trabalho. Cabe ao procurador, por exemplo, encaminhar denúncias de delitos como a extração irregular de madeira em assentamentos da reforma agrária - muitos trabalhadores rurais foram mortos e são ameaçados a mando justamente de madeireiros.

- A gente só conta aqui com dois membros do MPF para responder por 38 municípios e alguns delegados de polícia com equipe precária. Por mais que ajuizemos ações, e não são poucas, isso não basta para resolver um problema estrutural crônico.


Já o secretário de Segurança Pública do Estado, Luiz Fernandes Rocha, assegurou que, apesar dos últimos assassinatos, o governo vem adotando medidas preventivas contra a violência.


Assentamentos


A falta de estrutura adequada também afeta o Incra. O responsável pela superintendência do órgão em Marabá, Edson Luiz Bonetti, explica que estão sob sua administração cerca de 500 assentamentos.


- São 495 assentamentos, dá quase 100 mil famílias, ou 13% das famílias assentadas no Brasil. A demanda cresceu muito, a demanda dos assentamentos, e aqui é uma região que tem muitos projetos de mineração. São projetos monstruosos que atraem muita gente de uma renda baixa, pobre.


Em sua opinião, para atacar as causas estruturais da violência no campo, como a regularização fundiária, é preciso investir em aparelhamento e recursos humanos.


- Por parte do Incra, a dificuldade é ter servidores, a gente precisa de um número maior. São 203 servidores hoje na superintendência. Para ficar perfeito, precisaria de pelo menos 150. Mas acho que com 50 servidores daria para sobreviver bem.


O procurador Tiago Rabelo concorda. Segundo ele, “é necessário investir em apoio logístico, pessoal, recursos humanos, recursos materiais e operacionais”.


- Precisamos de uma ação articulada entre os órgãos, que precisam estar devidamente aparelhados. E uma atuação na base dos órgãos de controle, a começar pelo Incra, passando pelo Ibama e desaguando no MPF, seja preventiva ou repressivamente.

Tomar café da manhã em casa custa a metade do que na rua

Reajuste dos preços de produtos e serviços nas padarias sobe quase o dobro da inflação

 O preço do café da manhã nas padarias brasileiras ficou 5,8% mais caro nos primeiros cinco meses de 2011, segundo a inflação oficial do governo. Esse aumento representa quase o dobro do IPCA (Índice Geral de Preços ao Consumidor), que acumula 3,71% no mesmo período. Com isso, tomar café da manhã fora de casa passou a custar praticamente o dobro.
O  presidente do Sindipan-SP (Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria de São Paulo), Antero José Pereira, explica que o preço do café da manhã nas padarias muda de acordo com a localização, quantidade de funcionários e qualidade e variedade dos produtos. No entanto, a tradicional dupla do pãozinho com manteiga acompanhado da média (mistura de café com leite) custa menos de R$ 5.

-Varia muito, de acordo com o tipo da padaria. No caso da minha, uma média custa, com café expresso, R$ 2,80 e um pão com manteiga custa R$ 1,20. Em média, esse "café da manhã" custa R$ 4.

Em um cálculo rápido, tomar café da manhã todos os dias na padaria, durante um mês (30 dias),  custa cerca de R$ 120 para o consumidor. Se você nunca tinha prestado atenção no pedaço do salário que fica no cafezinho e no pãozinho, o negócio é comprar os produtos, acordar meia hora mais cedo todo dia e fazer o desjejum em casa.
O preço médio do quilo do pão francês é de cerca de R$ 7,50, ou seja, o pãozinho de 50 g sai por menos de R$ 0,40. Já o pote de margarina de 250 g sai, em média, por R$ 1,12, enquanto o pacote de 500 g de café em pó custa R$ 4,51. Para completar o café da manhã, o leite longa vida de caixinha é vendido por cerca de R$ 2,35.

Considerando esses preços e comprando dois pães por dia durante uma semana, o consumidor desembolsaria R$ 13,70 em sete dias. No mês, gastaria cerca de R$ 60, ou seja, metade do custo que teria se comesse diariamente na padaria. Nesse cálculo, no entanto, não está computado o gasto com energia elétrica, gás e água (para lavar a louça).


Por que ficou tão caro?

Não existe um motivo pontual para que a elevação dos preços do café da manhã fora de casa tenha sido tão superior à inflação oficial. Desde o final do ano passado, houve aumentos de energia elétrica, de aluguel, que subiu quase 12%, e da mão de obra, que aumentou cerca de 8,7%, mas “a padaria não repassa os aumentos de uma vez só”, explica Pereira.
A padaria, quando aumenta seus produtos, não faz isso de uma vez só. Você vai repassando os preços conforme chegam os aumentos para ti. No caso do café da manhã, nesse ano, tivemos aumentos substanciais no café, em manteigas, em derivados de leite e no próprio leite, que agora está na entressafra. Então, provavelmente, a padaria repassou somente nesse primeiro semestre o aumento relativo ao ano todo.

Além dos produtos mais caros, uma mudança de hábito do brasileiro, que consome cada vez mais e tem maior poder de compra, contribui para o aumento dos preços na alimentação matinal. Segundo o presidente do Sindipan-SP, o café da manhã, antes simples, hoje ficou mais refinado.

- Hoje o café da manhã não é mais só o pãozinho e o café. O pessoal não estava acostumado a tomar café da manhã fora, que hoje está mais requintado devido ao hábito de ir aos finais de semana nas padarias. Elas oferecem um bufê, que tem pãozinho, café, presunto, queijo, frutas, entre outros. O consumidor está sentindo um pouco mais o café da manhã no bolso, o que antes não existia.

Internet: Maioria ainda tem que recorrer a lan houses

Apresentando ainda um número baixo de pessoas com computador e internet em casa - entre 2009 e 2010, a média de brasileiros com o serviço na residência subiu de 24% para 27%, apenas -, a população do País tem de recorrer às lan houses para ter acesso à web. Diante deste cenário, a região Nordeste se destaca com o maior percentual nacional do público deste tipo de negócio, de acordo com levantamento inédito realizado no Brasil. Ao todo, proporcionalmente à população da região, 43% dos nordestinos frequenta estas lojas, segundo a investigação que visitou 35 estabelecimentos e entrevistou 379 pessoas nos nove estados.

Seguindo a mesma metodologia, as regiões Sudeste (38%), Centro-Oeste (7%), Sul (6%) e Norte (6%) fecham, nessa ordem, o ranking brasileiro.

Sobrevivendo exclusivamente da renda de uma lan house há cerca de dois anos, Luiz Vicente Bertoletti Neto, o Lula, confirma os dados da pesquisa quando esta mostra que 77% dos seus clientes fazem parte das classes C, D e E. Aos 26 anos e no segundo emprego, ele ainda argumenta que só o acesso à internet "não dá mais dinheiro como antes", forçando-o a ofertar outros serviços como jogos on line, e impressões e fotocópias, "que dá mais lucro, atualmente".

"E isso só funciona porque meus clientes vem aqui do Instituto de Identificação (que fica próximo) e alguns da universidade (UFC)", completa.

Perfil econômico
Outras características identificadas na pesquisa feita pela consultoria Plano CDE - especializada nas classes C, D e E - em parceria com a CDI Lan - empresa social ligada à ONG Comitê para a Democratização da Informática) e que dizem respeito ao perfil econômico do frequentador, o jovem negociante não pode constatar.

Entre o público das lan houses, a investigação afirma que 59% deles possuem renda pessoal própria. Destes, 80% ganha até R$ 1.200 mensais. Já no uso dessa renda os dados não são tão homogêneos.

De acordo com a pesquisa, 30% destina menos da metade da renda para ajudar no orçamento familiar, enquanto 21% usa toda o dinheiro no mês nos custos residenciais e 23% aplica o ganho exclusivamente para o uso pessoal.

Ainda é evidenciado que 46% é empregado com carteira assinada, funcionário público ou militar e a maioria (50%), trabalha, em média, de 6 a 8 horas por dia.

Contratando, em média, 1 hora dos nove computadores da lan house de Lula, os clientes dele também seguem o traçado pela pesquisa quando são maioria homens (62%). "Aqui, a faixa do pessoal é entre 20 e 30 anos", declarou. Na pesquisa, a estratificação do intervalo mencionado por Lula, também dá maior quantidade para esta faixa etária: entre 14 e 18 anos são 41%; entre 19 e 24 anos, 23%; e dos 25 aos 30 anos, 15%.

Entre eles, 43% tem médio e superior completo, enquanto 35% estão entre o 8º ano do ensino fundamental e o 2º ano do médio. Também foi mostrado que 33% deles só estudam, outros 35% só trabalham e 26% trabalha e estuda.

Uso dos recursos da web
Já no que diz respeito ao uso feito pelos frequentadores das lan houses dos recursos disponíveis na web, a pesquisa apontou com a maior procura a leitura de e-mails (67%) e se comunicar com amigos e parentes (65%).

Contando apenas o uso dos sites de mídias sociais, a maioria esmagadora busca manter contato com parentes e amigos (64%), enquanto apenas 3% deste indicador diz trabalhar.

PERFIL

59% dos entrevistados da pesquisa declararam possuir renda pessoal própria. Destes, 80% ganham até R$ 1.200
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