Ser jovem é conviver diariamente com mudanças, duvidas e
descobertas, o que faz deste período da vida uma fase de escolhas
decisivas, especialmente ao chegar a hora de iniciar a vida sexual,
quando segurança e proteção são essenciais.
Viver com naturalidade e
encarar o sexo de maneira saudável e responsável requer que você conheça
métodos anticoncepcionais eficazes e seguros, capazes de evitar uma
gravidez não planejada, e proteger de doenças sexualmente transmissíveis
(DST)
Este folheto foi fornecido para aclarar suas principais
dúvidas sobre a anticoncepção e o sexo seguro pois, para curtir a vida
com tranqüilidade, informações e atitudes são da maior importância.
Métodos Contraceptivos
Chama-se métodos anticoncepcionais o uso de medicamentos
(como os hormônios), de um artefato (como a camisinha e o diafragma),
de um aparelho (como o dispositivo intra-uterino – DIU), de uma operação
cirúrgica (como ligadura das trompa ou vasectomia) ou assumir uma
atitude (como tabelinha ou a ejaculação externa) com o objetivo de
evitar a gravidez.
Todos esses métodos atuam de maneira diversa, tem
vantagens e desvantagens próprias e devem ser utilizados depois de
esclarecimentos feitos pelo seu médico, capazes de permitir a você a
escolha que lhe parecer melhor ou mais adequada.
Os métodos anticoncepcionais hormonais tem alta
eficácia porque impedem a ovulação, sendo por isso chamados
anovulatórios. Os mais usados são as pílulas e as injeções; existem
ainda outras formas de administração hormonal menos usadas, como os
adesivos e os implantes. A pílula é o método hormonal reversível de alta
eficácia mais difundido no mundo. Consta da associação de dois
hormônios, um estrogênio e um progestágeno, semelhante aos hormônios
produzidos fisiologicamente, nos ovários, cuja finalidade é, justamente,
impedir a produção de um óvulo.
Os métodos de barreira como o preservativo masculino,
(camisinha), e o preservativo feminino (camisinha feminina), impedem que
o espermatozóide fecunde o óvulo, e ao mesmo tempo, funcionam como uma
barreira de proteção contra as DSTs.
Já o Diafragma consiste em uma fina capa de borracha, a
qual deve ser introduzida na vagina antes da relação sexual, e que
impede o espermatozóide de fecundar o óvulo. Esse método porem oferece
menor proteção contras as DSTs.
O DIU é introduzido no interior do útero, impede o
espermatozóide de fecundar o óvulo pela ação de substâncias como o cobre
ou um hormônio (progestageno), transportados pelo próprio DIU, que
atuam localmente.
Os métodos naturais, como a tabelinha e a ejaculação
externa, tem baixa eficácia e são consideradas inadequadas para o uso de
adolescentes ou jovens, quando os ciclos menstruais podem ser
irregulares e as relações sexuais costumam ser esporádicas e/ou não
programadas.
A pílula anticoncepcional
Para a maioria das mulheres, a pílula anticoncepcional, é
a melhor escolha para evitar a gravidez, sua eficácia é superior à 99%,
quando tomada de forma correta e consistente, conforme as instruções de
uso.
Além de regular a fertilidade, as pílulas oferecem inúmeros
benefícios adicionais, tais como menstruação mais regulares, alivio ou
melhora da tensão pré-menstrual (TPM), diminuição do fluxo menstrual,
menor incidência de infecção dos órgãos genitais internos (útero, ovário
e trompas), redução de cistos funcionais de ovário, redução da
manifestação de doenças benignas das mamas e, além do mais, proteção
contra o câncer do endométrio (a camada interna do útero) e o câncer dos
ovários.
O que é e como age uma pílula anticoncepcional
Como vimos as pílulas são medicamentos que contém uma
combinação de dois hormônios (o estrógeno e o progestágeno) semelhantes
àqueles produzidos normalmente pelos ovários; são,por isso, chamadas
pílulas combinadas. Quando ingeridas, elas atuam sobre vários mecanismos
da fertilidade feminina, fazendo cessar a ovulação e tornando o muco
produzido no uterino hostil aos espermatozóides. Alterações na camada
que reveste internamente o útero (o endométrio) e no funcionamento das
trompas (estruturas que interligam os ovários com o útero) são efeitos
complementares que reforçam a eficácia anticoncepcional deste método.
A história e a evolução das pílulas anticoncepcionais
Primeira Geração: alta dose
A pílula anticoncepcional nasceu os Estados Unidos, em
1960, e logo espalhou – se pelo mundo. As primeiras preparações
comerciais possuíam alta dose de estrógeno (150 ucg) associado ao
progestágeno bastante primitivo. Esses medicamentos, apesar de
revolucionar o mundo de então, tanto médica como socialmente, provocando
a chamada Revolução Sexual que permitiu á mulher assumir o domínio de
sua própria fertilidade), causando efeitos indesejáveis devido a sua
alta dose que, além de responsável por um elevado índice de abandono
palas usuárias, provocava alterações clinicamente importantes..
A
constatação desses fatos fez sentir a necessidade de pesquisa para
aprimorar a pílula anticoncepcional, tornando-a melhor aceita e mais
segura. As estratégias desenvolvidas pelos cientistas neste sentido
foram, resumidamente, reduzir a dose do estrógeno, descobrir novos
progestágeno e desenvolver melhores preparações, vale dizer, melhores
pílulas, inclusive administradas mediante novos esquemas.
Segunda Geração – Maximo de 50 ucg de estrógeno
A preocupação com os efeitos das primeiras pílulas,
levou organizações internacionais, por volta de 965, a determinar a
redução da quantidade de estrógeno etinilestradiol (EE), componente de
todas as pílulas combinadas, para não mais que 50 ucg. Surgiram, assim,
as pílulas de Segunda Geração, a esta altura associada a diferentes
novos progestágenos, dotados de características que lhe conferiram
melhor desempenho.
Terceira Geração – baixa dose e “ultra-baixa dose”
A continuidade de novas tendências fez surgirem no
mercado farmacêutico, por volta de 1975, preparados com 30 ucg de EE com
progestágenos ainda mais modernos e aperfeiçoados: as pílulas de
terceira geração que, por conterem ao redor de 30 ucg de estrógeno,
tornaram-se conhecidas como pílulas anticoncepcionais de baixa dose.
Em
1955, fruto de novas pesquisas, entraram em uso pílulas com ainda menor
quantidade de EE, 20 ucg, as quais foram seguidas pelas pílulas de
“ultra-baixa dose”, que contêm apenas 15 ucg de EE, associado a
progestágenos os quais, além de mais modernos e empregados em menores
doses, aproximaram-se da perfeição, mantendo a elevada eficácia das
velhas pílulas, porém com notável redução de repercussão do seu uso,
isto é, com o mínimo de efeitos desagradáveis ou indesejáveis.
O que se deve saber sobre os progestágenos?
Os progestágenos são substâncias com ação
farmacológica semelhante à da progesterona produzida nos ovários, que,
por questão relacionada a sua composição química, não se presta à
utilização por via oral. Este grupo de substâncias sofreu grande
EVOLUÇÃO, com o desenvolvimento de novos compostos, mais potentes, que
permitiu o seu uso em doses mais baixas a partir do uso das pílulas de
terceira geração. Eles foram sintetizados mediante modificações do
hormônio norgestrel, e são o gestodeno (GTD) e o desogestrel (DSG).
Em
1978, a Organização Mundial da Saúde (OMS) determinou que seria
aconselhável a utilização da menor dose eficaz possível e aceitável de
hormônios nas preparações anticoncepcionais orais, a fim de minimizar
quaisquer riscos potencias advindos do seu uso.
Com este embasamento,
foi lançado no mercado mundial, em 1987, o anticoncepcional oral de
“ultra-baixa dose” que contêm 15 ucg de EE e 60 ucg do progestágeno GTD.
As pílulas de “ultra-baixa dose”
1 – O que são?
Como vimos são formulações de comprimidos que contêm 15
ucg de EE e 60 ucg de GTD. A sua importância, a qual deve ser aqui
salientada, é que estas cifras apresentam uma redução de 25% na dose de
estrógeno e de 20% na dose de progestágeno, se compararmos estas pílulas
com as mias baixas doses dos preparos anteriormente existentes com 20 e
75 ucg dos respectivos hormônios! Este fato significa um avanço
significativo em direção a melhores anticoncepcionais orais na
atualidade.
2- São eficazes?
SIM. Os benefícios da redução das dozes hormonais
não afetaram a alta eficácia da pílula “ultra-baixa dose” como seguem
demonstrando os estudos e o seu uso prolongado.
3 – Como se deve tomar?
O que mais chama a atenção no uso das pílulas
“ultra-baixa dose” é o seu modo de tomar, que difere da forma “clássica”
das pílulas mais antiga. Em vez de seguir o sistema 21x7, utiliza-se o
sistema 24x4, isto é, são tomados 24 comprimidos de forma ininterrupta
(durante 24 dias) e faz-se, então, uma pausa de apenas 4 dias, em
seqüência, recomeça-se nova cartela no que seria o 5º dia após o termino
da cartela anterior (regime seqüencial).
A diminuição do intervalo
entre as cartelas,m além de manter níveis hormonais mais constantes e
impedir o desenvolvimento de folículos ovarianos que possam propiciar a
ovulação, reduzem oscilações hormonais que causam sintomas e mal-estar
além de reforçar a eficácia anticoncepcional deste método.
4 – Quais os benefícios?
Ainda que conservando sua alta capacidade de evitar a
gravidez não planejada, a eliminação ou, pelo menos a redução de
efeitos colaterais tornou possível aumentar sua aceitação e aderência ao
seu uso, bem como desfrutar benefícios que proporcionem à sua usuária
melhor qualidade de vida como:
Efeito neutro sobre o peso corporal;
Bom
controle do ciclo: mínima manifestação de sangramentos, seja do tipo
gotejamento ou manchas, seja perda sanguínea mais intensa durante a
ingestão dos comprimidos.
Diminuição dos sintomas pré-menstruais: é
efeito do menor intervalo entre as cartelas, com a conseqüente redução
da variação hormonal, fato que poderá trazer a diminuição das sensações
desagradáveis a elas relacionadas (dor de cabeça, náuseas, alterações de
humor e sensibilidade ou dor nas mamas) que se manifestariam no período
pré-menstrual.
Sexo seguro
Chama-se sexo seguro o uso simultâneo de dois
métodos anticoncepcionais como a pílula e a camisinha, por exemplo, com o
objetivo de, ao mesmo tempo, proteger-se eficazmente de uma gravidez
não planejada e evitar contrair uma DTS. Por está razão prática chama-se
“dupla proteção”, e não foi outra a intenção da Organização Mundial da
Saúde (OMS) ao sugerir e divulgar amplamente a sua adoção na salvaguarda
da SAÚDE Reprodutiva na essência, e assim, assegurar o exercício
responsável e planejado da fertilidade feminina.
Aconselhamento anticoncepcional
É a troca de informações com o seu médico a respeito de
maneira como você deseja ou pretende manejar as questões referente à sua
sexualidade e à sua fertilidade. Exponha suas duvidas, temores, ou
inquietudes e informe-se o necessário para fazer escolhas conscientes ou
tomar decisões importantes que lhe pareçam importantes.