por
Joel Rennó Jr.
A gravidez psicológica pode acontecer também pelo
desejo contrário, ou seja, o extremo medo de engravidar? Eu tenho
um medo profundo de engravidar, não me vejo como mãe, e
até acho que não tenho instinto materno. Imagino que se
eu engravidasse entraria em profundo desespero e depressão. É
algo que jamais quero que aconteça e meu marido também não
quer. No entanto, cerca de três vezes esqueci de tomar apenas um
comprimido anticoncepcional e toda vez que isso aconteceu, a menstruação
atrasou e tive séria ansiedade e entrei em desespero. Nessas ocasiões
nem cheguei a ter sangramento. Tenho 23 anos. Aguardo resposta e agradeço
desde já.
Resposta:
Sim, a gravidez psicológica também pode ocorrer pelo
medo extremo de engravidar, além do desejo intenso de engravidar
que é o oposto (para melhor elucidação sobre
o tema, acesse o artigo sobre gravidez psicológica
Muitas mulheres relatam que não se veem como mãe e até
relatam que não possuem instinto materno. Isso precisa ser questionado,
porque algumas mulheres podem realmente levar mais tempo para se identificar
com uma gravidez ou até com o bebê que esperam.
Há generalizações reducionistas quando se fala da
gravidez, impondo uma ditadura de que todas as mulheres nascem obrigatoriamente
com o instinto materno imediato, assim que sabem do resultado positivo
do exame de gravidez. A troca do "chip" é diferente de
mulher para mulher, somos serem humanos complexos e com diferentes mecanismos
de adaptação às situações novas de
vida.
Fobia do parto: tocofobia
O medo do parto, principalmente a partir do segundo trimestre, é relativamente comum nas mulheres; não é para se culpar ou se assustar a princípio. Mas há mulheres também que possuem um medo que se transforma em terror, uma fobia do parto, a conhecida tocofobia. É comum que essas mulheres com tocofobia arrumem desculpas até para não engravidar a ponto de inventar algo do tipo "sou estéril". Quando começam a presenciar amigas da infância e irmãs grávidas sentem-se inferiorizadas, com baixa autoestima ou culpadas e podem ter quadros depressivos.
Segundo a psiquiatra inglesa Kristina Hofberg - pesquisadora de renome especializada na área - uma em cada seis mulheres sofre de tocofobia. Um dos principais sintomas de uma mulher que sofre desse tipo de fobia é que não pode sequer ouvir falar no parto ou até na gravidez. Ao pensar no parto pode sofrer crises de pânico, sentir náuseas ou vomitar, chorar, ficar agitada ou gritar. Muitas vezes as pacientes entram em estados depressivos porque se culpam a si próprias dessa fobia.
Com relação à origem da tocofobia, essa pode ser classificada como primária ou secundária. A tocofobia primária pode iniciar-se na fase da adolescência. Pode desencadear-se porque a adolescente observou uma situação traumática num parto familiar (ou a familia tratou o tema sempre de forma assustadora ou traumática), ter visto um filme que descrevia um parto ou devido até a um abuso sexual. A tocofobia secundária pode ter sido provocada por uma situação de aborto espontâneo ou parto prematuro, doenças clínicas graves da gestação (diabetes ou eclâmpsia) ou um parto anterior muito doloroso ou traumático devido à péssima assistência obstétrica ainda presente em muitos hospitais públicos do Brasil.
Muitas mulheres sentem-se frágeis e inseguras também para lidar com o bebê e questionam suas reais capacidades para ser mãe. Muitas grávidas tendem a se comparar com suas mães e projetam nessa comparação uma inferioridade na suas reais capacidades de futuras cuidadoras, um novo papel que desponta na gravidez. Há executivas que viajam muito e trabalham muitas horas semanais que temem não dar conta do recado no papel duplo de mães presentes e atuantes, além de profissionais brilhantes. As mulheres nos dias atuais, cobram-se muito para serem perfeitas na familia (como educadoras dos filhos), no trabalho e também nas tarefas domésticas. Mas, como o dia tem apenas 24 horas e 8 horas dessas devem ser dedicadas ao sono, algumas mulheres temem em ser omissas a ponto de suas eventuais incompetências poderem interferir na qualidade do desenvolvimento futuro da criança.
Portanto, há inúmeros fatores diferentes que podem causar um medo de engravidar. O grau de medo da maioria das grávidas é limitado e considerado normal.
Algumas realmente podem ter quadros mais severos que chegam à tocofobia e isso precisa ser tratado através de uma psicoterapia séria e competente. Em algumas mulheres com transtornos ansiosos e depressivos diagnosticados pelo psiquiatra, pode ser necessária também a intervenção medicamentosa mesmo durante a gestação.
Atenção!O medo do parto, principalmente a partir do segundo trimestre, é relativamente comum nas mulheres; não é para se culpar ou se assustar a princípio. Mas há mulheres também que possuem um medo que se transforma em terror, uma fobia do parto, a conhecida tocofobia. É comum que essas mulheres com tocofobia arrumem desculpas até para não engravidar a ponto de inventar algo do tipo "sou estéril". Quando começam a presenciar amigas da infância e irmãs grávidas sentem-se inferiorizadas, com baixa autoestima ou culpadas e podem ter quadros depressivos.
Segundo a psiquiatra inglesa Kristina Hofberg - pesquisadora de renome especializada na área - uma em cada seis mulheres sofre de tocofobia. Um dos principais sintomas de uma mulher que sofre desse tipo de fobia é que não pode sequer ouvir falar no parto ou até na gravidez. Ao pensar no parto pode sofrer crises de pânico, sentir náuseas ou vomitar, chorar, ficar agitada ou gritar. Muitas vezes as pacientes entram em estados depressivos porque se culpam a si próprias dessa fobia.
Com relação à origem da tocofobia, essa pode ser classificada como primária ou secundária. A tocofobia primária pode iniciar-se na fase da adolescência. Pode desencadear-se porque a adolescente observou uma situação traumática num parto familiar (ou a familia tratou o tema sempre de forma assustadora ou traumática), ter visto um filme que descrevia um parto ou devido até a um abuso sexual. A tocofobia secundária pode ter sido provocada por uma situação de aborto espontâneo ou parto prematuro, doenças clínicas graves da gestação (diabetes ou eclâmpsia) ou um parto anterior muito doloroso ou traumático devido à péssima assistência obstétrica ainda presente em muitos hospitais públicos do Brasil.
Muitas mulheres sentem-se frágeis e inseguras também para lidar com o bebê e questionam suas reais capacidades para ser mãe. Muitas grávidas tendem a se comparar com suas mães e projetam nessa comparação uma inferioridade na suas reais capacidades de futuras cuidadoras, um novo papel que desponta na gravidez. Há executivas que viajam muito e trabalham muitas horas semanais que temem não dar conta do recado no papel duplo de mães presentes e atuantes, além de profissionais brilhantes. As mulheres nos dias atuais, cobram-se muito para serem perfeitas na familia (como educadoras dos filhos), no trabalho e também nas tarefas domésticas. Mas, como o dia tem apenas 24 horas e 8 horas dessas devem ser dedicadas ao sono, algumas mulheres temem em ser omissas a ponto de suas eventuais incompetências poderem interferir na qualidade do desenvolvimento futuro da criança.
Portanto, há inúmeros fatores diferentes que podem causar um medo de engravidar. O grau de medo da maioria das grávidas é limitado e considerado normal.
Algumas realmente podem ter quadros mais severos que chegam à tocofobia e isso precisa ser tratado através de uma psicoterapia séria e competente. Em algumas mulheres com transtornos ansiosos e depressivos diagnosticados pelo psiquiatra, pode ser necessária também a intervenção medicamentosa mesmo durante a gestação.
Esse texto e esta coluna não substituem uma consulta ou acompanhamento de um médico psiquiatra e não se caracterizam como sendo um atendimento. Dúvidas e perguntas sobre receitas e dosagens de medicamentos deverão ser feitas diretamente ao seu médico psiquiatra. Evite a automedicação.