domingo, 29 de abril de 2012
Aprender a conviver com os próprios sentimentos é uma arte
Tenho muitas pessoas dentro de mim. Dentre elas, um bicho enorme,
amedrontador, que fala coisas horríveis e sem volta, ruge, grita e
arregala os olhos. Coitadinho, morre de medo de ser abandonado, deixado
sozinho. Para conseguir o amor garantido, berra ainda mais. Parece que
ele vai testando até onde os demais aguentam. Quando ele fala mais alto e
está mais presente que as outras pessoas que moram dentro de mim, acabo
me parecendo mais com ele. É duro colocá-lo no seu lugar novamente.
Muito difícil mesmo. Acho que o nome dele é Medo.
Bom, aí surge outro carinha que mora dentro de mim. Vem surgindo duro,
categórico: "de jeito nenhum! Você não precisa de ninguém. Precisa se
virar sozinha! Autossuficiência! Ademais, os outros podem deixá-la a ver
navios. Não confie em ninguém!" Esse aí, também já sofreu muitas
decepções e frustrações. Quer provar a todo tempo que consegue sozinho. É
gordo, precisa de alta camada de proteção. Já tomou conta de mim por
vários anos. E fiquei literalmente igualzinha a ele. Penso que ele se
chama Orgulho.
Acabo pedindo aos outros que me cercam o que o Medo quer e respondo ao
Orgulho que conseguimos aguentar o "não". Algumas vezes, não conseguimos
o que o Medo queria. O Orgulho sai rindo e se vangloriando, "não
falei?". Acredito que isso aconteça porque nem sempre os outros
conseguem estar vestidos do Amor, assim como eu mesma não consigo ser
Amor 100% do tempo. Mas procuro quem o esteja vestindo hoje, que é
quando o Medo precisa. O mais surpreendente: quase sempre consigo o
colinho, ou ouvidos compreensivos.
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