sexta-feira, 20 de maio de 2011

Hábitos ruins também protegem contra o estresse, mas sua saúde pode sofrer

Pessoas com estresse crônico podem exagerar na bebida, nas drogas ou exceder na alimentação. Esses comportamentos desencadeiam uma cascata de respostas biológicas que contribuem para maiores problemas de saúde, mas que também podem ajudar a prevenir a depressão. É o que aponta uma pesquisa feita pela Universidade de Michigan, EUA.
James Jackson, responsável pelo estudo publicado no American Journal of Public Health, tentou explicar um quebra-cabeça epidemiológico: por que alguns indivíduos têm uma saúde física ruim e bons índices de saúde mental?
“Pessoas que têm hábitos ruins podem desenvolvê-los por razões funcionais, e não exatamente por uma falha de caráter ou ignorância dos problemas causados”, diz o pesquisador. “Durante a vida essas pessoas podem desenvolver estratégias para lidar com problemas que afetariam sua saúde mental, como problemas de ordem social, econômica ou ambiental.”
Analisando dados colhidos em duplicidade (para saúde física e mental) a equipe de Jackson observou a relação entre eventos estressores e depressão e as variações dos níveis de hábitos pouco ou nada saudáveis. Algumas pessoas pareceram ficar menos propensas à depressão do que outras quando se utilizavam dessas estratégias que infligiam a saúde física.
“Aqueles que viviam em ambientes precários, em condições de estresse crônico, tinham grande facilidade para se envolver em hábitos ruins para a saúde. Esses comportamentos, sabidamente ruins – como fumar, beber, consumir drogas ou comer excessivamente – também ajudavam a aliviar o estresse, que contribui para o desencadeamento ou agravamento de certos transtornos mentais”, diz Jackson.
Mas isso, diz o pesquisador, tem grande impacto na idade mais avançada. “Pessoas jovens que vivem sob grande pressão – como falta de emprego, por exemplo – lidam com os problemas se engajando em hábitos ruins. Mas com o tempo, a vida tende a ficar mais estável e o estresse tende a diminuir. Entretanto, os hábitos ruins continuam e isso, em longo prazo, vai impactar a saúde física”, explica.
Jackson toma como exemplo o índice de obesidade entre mulheres negras americanas. Aproximadamente 60% delas, por volta dos 40 anos, desenvolvem a obesidade. “Será que 60% dessas mulheres têm problemas de autocontrole? Ou comer excessivamente foi uma resposta a um ambiente estressor que contribuiu para a ansiedade e comer em excesso seja uma forma de conseguir um tipo de prazer para contrabalancear os efeitos desse estresse?”, questiona o pesquisador.
“Não prestar atenção nessas condições de vida estressantes pode levar os indivíduos a utilizar mais estratégias pouco saudáveis para compensar o estresse. Isso pode levar a menores taxas de transtornos mentais, mas em longo prazo isso vai resultar em uma piora na saúde da população e maior mortalidade”, apontam os pesquisadores.
É preciso agir nas duas pontas, dizem os especialistas: ao mesmo tempo em que se fazem campanhas para que as pessoas adotem estilos de vida saudáveis – como comer melhor, fazer exercícios e deixar o tabagismo ou o consumo excessivo de álcool de lado – é necessário estar atento aos ambientes onde essas pessoas moram e apresentar estratégias para lidar com os problemas do dia a dia de forma mais eficiente e menos danosa ao organismo.

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