Um estudo publicado no periódico Journal of Abnormal Psychology trouxe dados que podem invalidar pesquisas anteriores que diziam que as mulheres são mais vulneráveis a situações de estresse pós-traumático. Os dados, colhidos entre mulheres que serviram o exército em cenários de combate, mostraram que elas se recuperam tão bem quanto os homens de situações limites que poderiam levar a traumas psicológicos profundos e duradouros.
Os pesquisadores da Universidade de Boston entrevistaram homens e mulheres que haviam participado de ações de guerra e acompanhados após o fim de seu período nos cenários de combate para o desenvolvimento de transtornos mentais. Até então, lembram os pesquisadores, os dados colhidos por outras pesquisas haviam focado mulheres que nunca haviam participado de ações desse tipo. Uma diferença para as mulheres analisadas nesse estudo é que elas eram, em muitos casos, soldados e oficiais que serviram muito próximo ao front de batalha, apesar de não terem entrado em embates diretos.
“Mas apesar de não haver o embate direto, é bom lembrar que no front de uma guerra as mulheres sofrem com estressores que homens jamais pensariam, como a possibilidade de violência sexual”, explica Dawne Vogt, uma das autoras da pesquisa.
“E ao contrário das conclusões de outras pesquisas, nosso estudo mostrou que não houve diferenças estatísticas significantes que indicassem que os homens lidam melhor com situações limites do que mulheres. Isso quer dizer que o nível de resiliência de homens e mulheres – especialmente para fatores extremos, como os enfrentados em uma guerra – são similares”, afirma a pesquisadora, que pretende desdobrar a pesquisa para entender como se dá a construção da resiliência em ambos os gêneros e se há alguma diferença na formação desse mecanismo importante para lidar com diversas situações, sejam elas intensas ou frustrações do dia a dia.
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