sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Cientistas dizem que questões sociais adiaram mudança na medição do tempo

Decisão de manter ou eliminar o segundo adicional deverá acontecer somente em 2015

As implicações sociais e religiosas que seriam geradas pela supressão do segundo adicional, que permite manter a hora sincronizada com a rotação da Terra, foram determinantes para o adiamento da decisão sobre a eventual eliminação.

A explicação foi dada nesta sexta-feira, 20, em entrevista coletiva pelos responsáveis da União Internacional de Telecomunicações (UIT) que na quinta-feira, na Assembleia de Radiocomunicações, decidiram adiar até 2015 a decisão de manter ou eliminar o segundo adicional.
"A princípio, tratamos o tema como um assunto exclusivamente técnico. De fato vem sendo abordado em um pequeno grupo técnico. Mas dado ao interesse midiático que gerou se começou a falar de maneira mais ampla e percebemos que muitos países não sabiam nada a respeito", explicou François Rancy, diretor do Escritório de Radiocomunicações da UIT.
O chefe do Escritório de Frequências do Centro Nacional de Estudos Espaciais da França, Vincent Meens, explicou que assim como houve "um bom número de países favoráveis a manter o segundo e outros defendendo a supressão, havia um grupo importante que simplesmente não tinha opinião formada".
"Percebemos que tinham de ser levados em conta outros aspectos, como os sociais, os religiosos. A supressão terá várias implicações e estas merecem ser estudadas com atenção", acrescentou Rancy.
Questionado reiteradamente sobre quais seriam as implicações, Rancy não quis detalhar, mas adiantou que o adiamento da decisão não terá conseqüências negativas, porque de qualquer forma a data da implementação estabelecida é o ano de 2020.
Nos próximos três anos serão feitos estudos para analisar em profundidade as implicações da eventual eliminação do segundo intercalar, "e assim tomar uma decisão com toda a informação necessária", especificou Rancy.
A eventual mudança tem calado científico e histórico, já que até agora é a "hora solar" - marcada pela rotação da Terra sobre seu próprio eixo e sua órbita ao redor do sol - a que serve para medir o tempo em função das observações astronômicas.
Mas a rotação da Terra experimenta variações causadas pela diminuição de sua velocidade e por eventos como terremotos e erupções vulcânicas, por isso que de tempos em tempos deve-se somar um segundo a hora dos relógios atômicos, de extraordinária precisão, nos quais se baseia o Tempo Universal Coordenado (TUC).
A eliminação desse segundo também não vai exigir, como ocorre agora, ajustar os relógios atômicos, nem os sistemas de telecomunicações e de informática cada vez que um segundo é acrescentado ao ano, argumentaram diante da UIT os partidários da mudança.

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