quarta-feira, 14 de março de 2012

Engravidar sem penetração? Veja mitos e verdade sobre fertilidade

Colocar um travesseiro sob o quadril ou levantar as pernas logo após a relação sexual, ou ainda, medir a temperatura do corpo para identificar a ovulação. Estes são apenas alguns exemplos das crenças cultivadas pelo público feminino que rodeiam a fertilidade e desejo de ser mãe. Passados de geração em geração, algumas mulheres até sabem de provas científicas que anulam a funcionalidade destes métodos, mas, melhor não arriscar, não é mesmo?
O ginecologista e diretor do Centro de Medicina de Reprodução do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Dale, explicou que as crenças em relação à gravidez surgem a partir do momento que uma mulher alcança um objetivo e atribui tal conquista a outra coisa, que não seja o acaso. Um exemplo é a escolha do sexo do bebê, de acordo com a posição da relação sexual. "Isso não existe, mas quando ela faz sexo de um jeito e vem um menino, acredita que foi por causa da posição", explicou Dale.
O adiamento da gravidez incentiva ainda mais estes mitos. Enquanto no passado as mulheres eram assíduas reprodutoras logo que iniciavam a vida adulta, atualmente elas buscam sucesso financeiro, profissional e pessoal antes de pensar em ter filhos. "A mulher moderna desenha toda a vida dela antes. Muitos pacientes chegam ao final da vida reprodutiva querendo um bebê", disse Dale.
Segundo o ginecologista, o público feminino que procura ajuda profissional para engravidar tem entre 35 e 40 anos. "Até os 35 existe um patamar de fertilidade, depois dos 40 acontece uma queda muito abrupta e após os 44 anos é raro a mulher conseguir engravidar", disse Dale. A idade avançada dificulta a fecundação do óvulo, aumentam as chances de abortos e más formações congênitas, como a síndrome de Down.
Problemas para engravidar
De acordo com o diretor médico do Vida - Centro de Fertilidade da Rede D'Or, Paulo Gallo, a infertilidade acomete cerca de 15% dos casais. Entre os casos, 20% deles o problema está em ambos, 40% o problema está com a mulher e 40% com o homem, informou Gallo. Medicamentos para melhorar a ovulação ou o esperma e até fertilizações in vitro são tratamentos para os casos de infertilidade.
Em média, 50% das pacientes conseguem engravidar em um curto período com o tratamento adequado. O resultado em longo prazo é ainda mais satisfatório e 95% dos casos de infertilidade são reversíveis. "Quando um casal tem relações sexuais de duas a três vezes por semana, sem nenhum método contraceptivo, se não engravidar no período de um ano, deve procurar um médico", alertou Gallo.
Congelamento de óvulos
Por vezes, ter sucesso profissional é uma escolha que exige abrir mão de ser mãe em um determinado momento. Ao mesmo tempo, o sonho de engravidar permanece na mulher e, para que não fique "tarde demais", a procura por congelamento de óvulos está em plena ascensão, segundo Luiz Fernando Dale. "Mulheres que chegam a certa idade sem família estável ou pacientes de câncer que podem perder os óvulos no tratamento são as principais", disse ele.
O procedimento se consiste em estimular a ovulação, retirar os óvulos por ultrassonografia e congelá-los. Quando, então, a paciente decide ser mãe, os óvulos são descongelados e fecundados com o esperma do parceiro no laboratório. O embrião é inserido diretamente no útero feminino.
"A gravidez (com a fertilização in vitro) tem 40% de chances de dar certo", disse. O índice pode parecer baixo, mas é mais alto do que o estimado para as relações sexuais, em que a mulher tem de 10% a 15% a menos de probabilidade engravidar, segundo o ginecologista. "Ela ovula apenas em um momento do ciclo e o óvulo só pode ser fecundado nas primeiras 24 horas, são muitas variáveis", justificou.
Mitos e verdades:
Usar pílula anticoncepcional por muito tempo deixa estéril - De acordo com o ginecologista Paulo Gallo, este é um mito e as mulheres podem tomar o contraceptivo sem preocupação.
Lavar a vagina após a relação evita a gravidez - Mito. Segundo o ginecologista e obstetra José Bento, a os espermatozoides chegam a 45km/h e são mandados direto para o colo do útero.
Temperatura do corpo mostra quando está ovulando - O ginecologista Luiz Fernando Dale afirmou que medir a temperatura não funciona. "A temperatura é elevada em 0,5°C a 1°C 48 horas depois que ocorreu a ovulação. Quando a pessoa constatar que ovulou, o óvulo já não existirá mais", disse ele. Dale aconselhou o teste de ovulação através da urina para "cercar" o momento da ovulação. O médico Paulo Gallo lembrou também que a temperatura corporal pode variar de acordo com o estado de saúde da mulher, portanto não serve como parâmetro para detectar a ovulação.
Ficar com as pernas levantadas após a relação sexual ajuda a engravidar. "É desnecessário, pois o esperma chega a 45km/h e vai direto para o colo do útero", explicou José Bento.

Colocar almofada sob os quadris aumenta as chances de engravidar -  José Bento disse que este é mais um mito e a almofada não muda as probabilidades de ser mãe.
É possível engravidar durante a menstruação - Os especialistas afirmaram que não. Segundo Paulo Gallo, o que pode acontecer é a mulher ter um sangramento e pensar que é menstruação, então, engravidar neste período. "Normalmente, o endométrio não está pronto para receber uma criança no período menstrual", disse ele.
Dia fértil acontece quatorze dias depois da menstruação - Segundo José Bento, em um ciclo menstrual regular de 28 dias, o 14º é momento fértil da mulher. Deve-se contar 14 dias antes da menstruação para chegar à data correta. Já para um ciclo de 30 dias, o período fértil acontece no 15º dia e assim por diante, sempre na metade de todo o ciclo.
Ciclo menstrual irregular indica problemas - "Mulheres com o ciclo muito irregular não ovulam corretamente", explicou Paulo Gallo. Segundo ele, o ideal é procurar um profissional para corrigir o problema.
Tratamento para engravidar ajuda a ter gêmeos - A probabilidade de ter gêmeos é de 1 para 80, de acordo com José Bento. Segundo Paulo Gallo, tratamentos relacionados ao incentivo da ovulação podem, sim, proporcionar mais chances de a mulher ter gêmeos. No entanto, caso a paciente não tenha problema para engravidar, não deve tomar medicamentos com esta intenção, pois assim como ela pode ter dois filhos, pode ter três ou mais.
Para ter gêmeos é preciso ter caso na família - O ginecologista Paulo Gallo explicou que existem dois tipos de gêmeos: os univitelinos e os bivitelinos. Os primeiros são de um mesmo óvulo, portanto, idênticos e são influenciados pelos fatores genéticos. Já os bivitelinos são fruto de tratamento para engravidar.
A posição da relação sexual influencia no sexo do bebê - "É um mito", disse José Bento. Segundo ele, não existe relação entre a posição na relação sexual com características do filho.
Esperar muitos anos para o segundo filho, pode não dar certo - O ginecologista José Bento explicou que se nenhum dos parceiros desenvolverem algum problema neste intervalo, o intervalo entre o primeiro e o segundo filho não atrapalha a gravidez. É essencial que a mulher esteja ainda em sua vida reprodutora.
Para engravidar é preciso ter relações todos os dias - Fazer sexo três vezes por semana é o suficiente para gerar um filho, disse Paulo Gallo. "O esperma permanece nas trompas por cerca de dois dias, assim quando a mulher ovular, ele estará lá", explicou.
É possível engravidar sem que exista a penetração - "A mulher pode engravidar se a ejaculação for próxima à vagina", alertou José Bento. Segundo Paulo Gallo, os casos são raros, mas acontecem.
Tratamento de fertilidade é garantia de gravidez - "A medicina da reprodução tem tecnologias que ajudam no processo da gravidez, mas tem coisas - como a natureza - que ela não consegue vencer", disse Luiz Fernando Dale. O maior problema é a idade da mulher, pois no final da vida reprodutiva não é todo mês que a mulher ovula , o que dificulta a gravidez.
Mulheres que engravidam na primeira relação são mais férteis - Segundo Luiz Fernando Dale, as chances de uma mulher engravidar em uma relação sexual giram em torno de 25% - quando ela e o parceiro não têm problemas de fertilidade. Se a relação acontece no dia fértil, ela pode engravidar mais facilmente, do que a outra que teve relações em dias diferentes. Segundo ele, tudo depende da hora certa da prática do sexo.
Só é possível ter filho até os 30 anos - Mito. Até os 35 anos a mulher ovula em uma intensidade linear, após este período a produção de óvulos sofre uma queda drástica. Enquanto a mulher tiver ciclo menstrual, ela pode engravidar, no entanto, terá mais dificuldade e o envelhecimento dos óvulos pode provocar más formações na criança, explicou Luiz Fernando Dale.

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