terça-feira, 5 de julho de 2011

Deixe o seu filho mais independente

Incentivar a autonomia nele não é complicado, mas leva tempo

É na fase da adolescência que a maioria dos jovens desperta uma vontade maior de ser independente: viajar sozinho nas férias, ter a liberdade de fazer mais coisas sem um adulto por perto... No entanto, incentivar essa independência nem sempre é algo tão fácil para os pais. A linha entre ser um pai participativo ou um pai que sufoca é muito tênue. Por isso, saber quando ajudar ou quando deixar o filho se virar é uma das principais questões para quem tem filhos nessa fase.

"Na verdade, nunca nos tornamos independentes. Na família, e até mesmo na sociedade, buscamos com freqüência a opinião de pessoas mais experientes, como os pais. O que podemos desejar para os nossos filhos é que eles consigam ter autonomia, ou seja, tenham liberdade e capacidade para decidir como pensar, ser e agir", diz Teresa Helena Schoen-Ferreira, psicóloga da Universidade Federal de São Paulo. 
Crianças brincando - Foto Getty Images
Tentar forçar o filho a uma mudança abrupta de comportamento e de rotina não é um bom caminho. Os pais que querem ver os seus filhos como jovens autônomos quando adolescentes - que saibam se virar sozinhos em viagens, por exemplo - precisam pensar nisso logo nos primeiros anos de vida da criança.

"Os pais devem entender que conseguir deixar o filho independente é um processo longo, que começa nas primeiras semanas de vida, e exige muito tempo e atenção, tanto do pai quanto da mãe", diz Teresa. Veja os conselhos dados pela psicóloga: 
Primeiros anos

Segundo Teresa, pequenos hábitos incentivam a criança a ser independente - tanto fisicamente como psicologicamente - desde os primeiros meses de vida. "Deixar o filho brincar sozinho durante um tempo é muito importante, assim como sempre deixar os brinquedos onde ele possa pegá-los sozinho. Fazendo isso, ele se acostuma a passar tempo consigo mesmo e a fazer coisas sem depender de outra pessoa. É claro que o pai sempre tem de estar de olho, para a segurança da criança, mas não interagir com o seu filho durante um determinado período do dia, quando ele é criança, influenciará em sua personalidade quando for adolescente", diz Teresa. 
família bicicleta- Foto Getty Images
Além disso, os pais têm que perceber que a criança precisa ter estímulos que desenvolvam a capacidade física, psicológica e motora, mesmo que os filhos não acertem de primeira. "Os pais normalmente protegem demais os filhos, não percebendo que alguns erros são necessários para o desenvolvimento da criança", explica a especialista.

Não existe uma idade certa, pois cada criança tem um desenvolvimento diferente, mas quando os pais perceberem que os filhos são capazes de fazer tarefas simples, como amarrar o sapato, colocar a roupa ou comer sozinho, devem incentivar os filhos a fazê-las. 
Na adolescência

Na adolescência, o papel dos pais continua importante. Os pais não devem pensar que a idade traz consigo uma capacidade de ser independente. Também não podem simplesmente largar os filhos e esperar que eles sejam autônomos. A transição da infância para a adolescência precisa ser feita com calma e com o apoio dos pais, que devem deixar de controlar e passar a monitorar as ações dos filhos. "Nessa fase, os pais precisam conversar com o adolescente para conhecer as suas atividades, já que, em boa parte do dia, o jovem não estará na sua presença", diz Teresa.

Outro ponto importante apontado pela especialista é estabelecer uma mesada fixa. Aconselhar o filho a como usar o dinheiro e como anotar todos os gastos ajuda o adolescente a ter uma noção de responsabilidade e autocontrole, características essenciais de uma pessoa autônoma.  
Adolescentes- Foto Getty Images
Amigos e família

A maioria dos pais não sente segurança na hora de começar a deixar o filho sair sozinho e acaba proibindo e adiando esse processo natural. Mas não sair com os amigos pode ser muito prejudicial ao adolescente. "Fazer parte de um grupo é muito importante em todas as fases da vida, mas é essencial na adolescência. Ter amigos traz segurança sem tirar a liberdade dos jovens", complementa Teresa.

É nas atividades em grupo que o adolescente aprende a como lidar com diferentes personalidades e traz um intercâmbio de informações muito maior do que a vivência exclusiva com os pais.  
Uma boa saída para os pais mais preocupados é apelar para toda a família. A presença de parentes normalmente deixa os pais mais tranquilos, sem trazer desconforto ao adolescente. "Ir ao shopping com os pais pode ser o pior dos 'micos' para o adolescente, mas sair com o primo mais velho ou com um tio jovem é um evento diferente e interessante", diz Teresa.
Tanto amigos como família também podem ajudar em uma das principais oportunidades de incentivar o seu filho a ser autônomo: fazer viagens sem os pais. "Um jovem que passa as férias longe dos pais, como na casa dos avós, em algum acampamento ou na casa de algum amigo, é obrigado a conviver com a ausência dos pais por um longo período de tempo, e acaba desenvolvendo certo grau de autonomia", explica a especialista.

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