Depressão é um problema para muitas  grávidas. Mas o impacto da depressão sobre a gestação é tema  controverso. Um  estudo brasileiro tranquiliza um pouco as gestantes que  estão deprimidas.  
Saíram  os resultados de um estudo nosso, brasileiro, abordando o impacto da  depressão no desfecho da gravidez. Mais de 800 gestantes do serviço  público da zona oeste de São Paulo foram seguidas desde a metade da  gravidez até o parto. Por meio de questionário, elas foram classificadas  em deprimidas ou não. Estes dados foram cruzados com os dados  perinatais, em particular, com a época do nascimento e o peso do  recém-nascido. Os resultados do estudo podem ser lidos de duas maneiras.  
           A primeira é uma ótima notícia para gestantes que estão se sentindo  tristes na gravidez: estar deprimida na gravidez não aumenta os riscos  da mulher vir a ter parto prematuro ou bebês cujo peso é menor do que  2.5 kg ao nascer. Ambas as situações, prematuridade e baixo peso, estão  fortemente associadas com mortalidade do recém-nascido, de modo que  muitos esforços, nem sempre satisfatórios são empregados para evitar que  o bebê nasça antes da hora, prematuro, ou com baixo peso, ou seja, com  menos de 2.500g. Dito de outra maneira, a depressão na gravidez não  aumenta o risco destas complicações. 
           A segunda interpretação dos dados já não é tão boa assim. Cerca de uma  em cada 3 mulheres apresentava sintomas depressivos. É um número muito  impressionante já que são muitas mulheres sofrendo. O estudo contradiz  resultados de outras pesquisas que apontam um aumento leve a moderado do  risco da gestante deprimida ter uma complicação com seu bebê. E a  explicação pode estar no fato de que o impacto da depressão é pior em  cenários de pobreza extrema, o que não era, afortunadamente, o caso  desta nossa pesquisa brasileira. Mas ele também confirma o que já se  sabia: o problema é comum e que merece ser enfrentado, já que as futuras  mamães merecem ser felizes.

 
 

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