terça-feira, 19 de julho de 2011

Pressão social é capaz de enganar a memória

Pesquisadores do Instituto Weizmann, em Israel, mostram que um pouco de pressão social é o suficiente para enganar a memória e substituir lembranças verdadeiras por falsas. Segundo o estudo, publicado no periódico Science, isto acontece por conta de um padrão na atividade cerebral que envolve as emoções e a memória.
O experimento, conduzido por Yadin Dudai, foi dividido em quatro etapas. Na primeira, os voluntários foram divididos em grupos menores e assistiram a um documentário. Três dias depois eles voltaram ao laboratório, desta vez individualmente, e fizeram um teste de memória, no qual responderam a questões sobre o filme. Eles também deveriam afirmar quão confiantes estavam sobre suas respostas.
Dias depois eles foram convidados a voltar para refazer o teste, desta vez sob exame de ressonância magnética funcional (RNMf). Desta vez, os participantes receberam uma “cola”: puderam contar com supostas respostas do outro grupo que também assistiram ao documentário e fotos do filme. Na verdade, o que os voluntários receberam foram respostas falsas. O resultado: 70% das respostas, antes respondidas de forma correta, estavam erradas.
Novamente os voluntários voltaram ao laboratório. Desta vez, antes de responderem ao questionário, a equipe confessou que havia implantado informações falsas no teste anterior, para averiguar se os participantes não haviam cedido à pressão imposta por acreditarem que aquelas respostas falsas eram as verdadeiras. Mesmo assim, mais da metade dos participantes respondeu errado novamente.
Analisando o exame de RNMf, os pesquisadores apontaram diferenças na atividade cerebral entre a memória falsa persistente e erros temporários da pressão social. A característica mais marcante das falsas memórias foi uma forte coativação e conectividade entre duas áreas do cérebro: o hipocampo e a amígdala. O hipocampo é uma estrutura localizada nos lobos temporais do cérebro humano, considerada a principal responsável pela formação da memória enquanto a amígdala é geralmente conhecida como o centro da emoção do cérebro, e desempenha um papel na interação social.
Os pesquisadores acreditam que a amígdala pode agir como um redirecionador, conectando partes do processamento social e da memória do nosso cérebro. Seu “carimbo” pode ser necessário para alguns tipos de memórias, dando-lhes autorização para serem carregadas para os bancos de memória. “Assim, a pressão social poderia atuar sobre a amígdala no sentido de convencer o nosso cérebro a substituir uma memória forte por uma falsa”, conclui Yadin.

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