sexta-feira, 22 de julho de 2011

Temperatura baixa aumenta risco de ataque cardíaco, revela estudo

Quedas na temperatura podem significar risco elevado de pessoas com possibilidade de ter ataques cardíacos. É o que afirma um novo estudo publicado no British Medical Journal. Pesquisadores britânicos descobriram que, quando a temperatura reduz 1°C em um único dia, cerca de 200 novos ataques cardíacos podem acontecer.
Em meio às mudanças climáticas globais, as relações entre clima e saúde são de interesse crescente. Estudos anteriores mostraram que a temperatura ambiente está ligada ao risco de mortalidade a curto prazo, com efeitos de dias quentes e frios, mas o efeito da temperatura sobre o risco de infartos do miocárdio (ataques cardíacos) é claro.
Pesquisadores da Escola de Londres de Higiene e Medicina Tropical (London School of Hygiene and Tropical Medicine) realizaram um estudo para examinar a relação de curto prazo entre a temperatura ambiente e o risco de ataque cardíaco. Eles analisaram dados sobre 84.010 internações hospitalares por ataque cardíaco registrado no Myocardial Ischaemia National Audit Project (MINAP) durante o período de 2003-2006, e temperaturas diárias pelo British Atmospheric Data Centre, com foco em 15 áreas geográficas na Inglaterra e no País de Gales. Os resultados foram ajustados para levar em conta fatores como a poluição atmosférica, a interferência da gripe, as estações do ano e as tendências a longo prazo.
Os pesquisadores descobriram que uma redução de 1°C na temperatura média diária foi associada com um aumento acumulado de 2% no risco de ataque cardíaco durante 28 dias. O maior risco estava dentro de duas semanas de exposição.
O risco aumentado pode parecer pequeno, mas, por exemplo, o Reino Unido tem casos de ataque cardíaco estimados em 146 mil por ano e 11.600 eventos em um período de 29 dias, por isso mesmo um pequeno aumento no risco se traduz em um número significativo de ataques cardíacos extras, cerca de 200 para cada 1°C de redução da temperatura em todo o país em um único dia.
Os idosos com idades entre 75 e 84 anos e aqueles com doença cardíaca coronariana prévia (doença cardiovascular) pareciam ser mais vulneráveis aos efeitos das reduções de temperatura, enquanto as pessoas que tomavam ácido acetilsalicílico a longo prazo eram menos vulneráveis.
Os pesquisadores não encontraram nenhum aumento do risco de ataques cardíacos em situações em que a temperatura esteja mais elevada possivelmente porque a temperatura na Inglaterra, país em que o estudo foi feito, é raramente muito elevada em termos globais.
Na conclusão do estudo eles afirmam: "Nosso estudo mostra um aumento, de forma convincente, no risco de infarto do miocárdio associado com menor temperatura ambiente, predominantemente operacional nas duas semanas após a exposição".

Complemento italiano no estudo
Acompanhando os estudos, a Dra. Paola Michelozzi e Manuela De Sario, da Lazio Region Department of Epidemiology, em Roma, afirmam que o calor e o frio afetam a exposição das pessoas com doenças cardiovasculares e aumentam a incidência de eventos coronarianos, com elevado impacto sobre a mortalidade a curto prazo. Além disso, enquanto o efeito do frio sobre o infarto do miocárdio está bem documentado pelos estudos, o efeito de curto prazo de calor é ainda contraditório, mas não pode ser desconsiderado.
Isso é ainda mais relevante em cenários de mudanças climáticas que preveem uma diminuição da mortalidade relacionada com o frio, que será compensada por um aumento da mortalidade e morbidez cardiovascular associado com maior frequência e intensidade das ondas de calor.
Os clínicos devem estar cientes de que a exposição ao calor e ao frio ambiental é um fator de risco para doença cardiovascular e devem levar isso em consideração na prevenção de riscos e gestão. Os esforços devem ser direcionados especialmente para os indivíduos mais vulneráveis, identificados por uma multiplicidade de fatores de risco.

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