quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Menopausa não aumenta risco cardíaco em mulheres

Segundo especialistas americanos, o envelhecimento celular é o responsável pelos problemas cardíacos em mulheres na menopausa

Menopausa: aumento do risco cardíaco para mulheres não tem influência hormonal
Menopausa: aumento do risco cardíaco para mulheres não tem influência hormonal

Uma crença já estabelecida na medicina afirma que a menopausa aumenta os problemas cardíacos nas mulheres. Isso porque o fim do efeito protetor dos hormônios elevaria os riscos de aparecimento das doenças cardiovasculares. Um levantamento de especialistas da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, porém, acaba de colocar essa teoria em xeque. De acordo com os especialistas, o impacto hormonal da menopausa parece não ter efeito no coração. O que aconteceria, na verdade, seria apenas o processo normal do envelhecimento.
Publicada no periódico médico British Medical Journal, a pesquisa pode ter uma série de implicações na maneira como a saúde cardíaca feminina é avaliada na pré-menopausa. “Nossos dados mostram que não existem grandes mudanças em relação à taxas mais altas de ataque cardíaco depois da menopausa”, diz Dhananjav Vaidya, professor assistente de medicina na Universidade Johns Hopkins e coordenador do estudo.
Segundo o especialista, o que se acredita que esteja ocorrendo é que as células do coração e das artérias estão envelhecendo como qualquer outro tecido no corpo. “Por isso, vemos mais e mais ataques cardíacos todos os anos, conforme as mulheres envelhecem. O envelhecimento por si só é uma explicação adequada e a chegada da menopausa com sua alteração hormonal não aparenta desempenhar um papel relevante”, diz.
Pesquisa - Para chegar às conclusões, a equipe de Vaidya analisou estatísticas de mortalidade de pessoas nascidas na Inglaterra, País de Gales e Estados Unidos entre 1916 e 1945. Eles acompanharam grupos similares conforme eles envelheciam e descobriram que, no momento na menopausa em cada grupo, não houve aumento na mortalidade feminina, em relação à curva constante que é esperada no envelhecimento.
Segundo Vaidya, sua equipe também descobriu que o número de mulheres que morrem todos os anos de doenças cardíacas aumenta exponencialmente em cerca de 8% por ano. A mortalidade absoluta – o número real de mortes – aumenta em todas as idades, sem uma mudança na menopausa.
Homens – A equipe americana descobriu ainda um dado surpreendente sobre os homens. Já era sabido há muito tempo que eles enfrentam os riscos de mortalidade por doenças cardíacas muito mais cedo do que as mulheres. De acordo com Vaidya, a curva de mortalidade para homens com menos de 45 anos aumenta em 30% por ano, seguido de um decréscimo depois dessa idade em cerca de 5% ao ano – similar as índices ao longo da vida nas mulheres.
Os dados sugerem que algo biológico pode estar acontecendo em homens jovens que está danificando seus corações. “Em vez de olhar para a menopausa, devíamos estar tentando entender o que está acontecendo biologicamente com os homens ao longo do tempo”, diz Vaidya.
Envelhecimento celular - Um rápido progresso na compreensão dos efeitos do envelhecimento nas células – mais notavelmente o conceito do encolhimento dos telômeros – poderia explicar algumas das diferenças do gênero. Os telômeros são encontrados no fim de cada cromossomo do corpo e agem como escudos que protegem genes importantes de danos. Os telômeros encolhem toda vez que são copiados, o que ocorrequando uma célula se divide. Quando eles se encolhem, há chances de que o gene no fim do cromossomo fique danificado, e, caso isso aconteça, ele não irá se recuperar, levando aos efeitos nocivos do envelhecimento.
Esse pode ser o caso da mortalidade por doença cardíaca. Estudos anteriores demonstraram que o comprimento dos telômeros são similares em bebês homens e mulheres. Mas eles encurtam significativamente em jovens adultos homens, em comparação a mulheres jovens adultas, o que poderia explicar o fato de que homens têm maiores riscos de mortalidade por doenças cardiovasculares em idades mais jovens. Em idades mais avançadas, no entanto, os telômeros encurtam em índices similares tanto para homens quanto mulheres - o que poderia explicar a taxa de mortalidade por doença cardíaca similar.

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