segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Medo do olhar alheio: entenda o processo da timidez

O excesso de timidez revela uma sensibilidade exagerada próxima à fobia
O excesso de timidez revela uma sensibilidade exagerada próxima à fobia
 
Você sua frio para falar em público? Sente que o olhar dos outros atravessa seu corpo e revela todos os seus temores? Isso significa que você sofre de timidez, um dos sentimentos mais complexos do ser humano. Em seu livro sobre vergonha, Mourir de dire: La honte ("Morrer de falar: a vergonha", em tradução livre), o neuropsiquiatra francês Boris Cyrulnik analisa todos os fatores relacionados a esse medo do olhar alheio.  
Embora sentir certa vergonha em algumas ocasiões seja "a prova de um bom amadurecimento biológico e de um bom desenvolvimento das aptidões relacionais, o excesso dela revela uma sensibilidade exagerada próxima à fobia, uma tendência a se despersonalizar para deixar lugar ao outro", indica o especialista francês, de origem russa.
Esta importância concedida à opinião dos demais pode significar que um mesmo fato se revista de orgulho dependendo do contexto social onde se desenvolva. Assim, muitos dos funcionários da polícia alemã se sentiram envergonhados diante de seus companheiros quando, entre 1939 e 1942, foram incapazes de cumprir as ordens de assassinar as crianças e judeus da região polonesa de Lodz. "Já os corajosos homens do 101º batalhão da polícia não sentiram vergonha de executar uma a uma, nas ruas, nos hospitais e nas escolas, a 83 mil pessoas", assinala o autor, referindo-se àqueles homens que, ao contrário, acataram as atrozes ordens de seus superiores.
Vergonha justa e necessária
Como reconhece o autor, cujos pais morreram em um campo de concentração nazista quando ele ainda era criança, os sentimentos de vergonha e culpa são necessários para que nossas relações não se reduzam à violência.

No entanto, o prolongamento deste sentimento em nossa vida diária provoca "um mal-estar consciente" que implica a triste renúncia ao prazer de viver sem essas ataduras, sobretudo quando, segundo o especialista, "se pode sentir vergonha sem motivo para sentir vergonha".
Como tratamento, alguns dos afetados por este temor ao olhar alheio se usam do recurso de escrever uma autobiografia em terceira pessoa. Cyrulnik destaca que o fato de dar "forma verbal a sua fratura" e de compartilhá-la por escrito, apesar de seus medos, permite à pessoa "se libertar da imagem do monstro que acreditava ser".

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