segunda-feira, 12 de março de 2012

Cientistas criam novo trigo tolerante a solos salinos

Sal em zonas áridas reduz a produtividade do cereal, mas pesquisa consegue aumentar o rendimento do cultivo em 25%

Segundo os pesquisadores, a salinidade já afeta mais de 20% dos solos agrícolas do mundo e representa uma ameaça crescente à produção de alimentos
Segundo os pesquisadores, a salinidade já afeta mais de 20% dos solos agrícolas do mundo e representa uma ameaça crescente à produção de alimentos 

Pesquisa realizada por instituições australianas conseguiu cruzar um tipo popular e comercial de trigo com uma espécie antiga do mesmo cereal, resultando na produção de uma planta tolerante a solos salinos. Os cientistas, que publicaram o estudo na edição desta segunda da revista Nature Biotechnology, acreditam que o novo trigo pode ajudar na escassez de alimentos em locais áridos e semiáridos, em que os agricultores sofrem com a alta salinidade do solo.
“Este trabalho é significativo, uma vez que a salinidade já afeta mais de 20% dos solos agrícolas do mundo e representa uma ameaça crescente para a produção de alimentos”, conta a cientista Rana Munns, da Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation (CSIRO), agência de pesquisas científicas da Austrália, que ajudou a realizar a pesquisa.
Os resultados do estudo mostraram um aumento de 25% no rendimento dos grãos quando cultivados em solos salinos. Segundo os cientistas, esta foi a primeira pesquisa do mundo capaz de provocar aumento da tolerância ao sal em uma cultura agrícola. Os pesquisadores australianos não só conseguiram demonstrar aumento da produção de trigo no campo, mas também foram capazes de compreender as funções dos genes tolerantes ao sal em laboratório. 
O estudo utilizou um gene que se acredita ser o responsável por controlar o teor de sal em plantas. Isolado há mais de dez anos em uma variedade antiga de trigo, o gene produz uma proteína que, presente nas raízes do trigo, ajuda a bloquear a passagem de sal para o resto da planta. O sal é prejudicial, pois reduz a produtividade do cereal e eventualmente pode até matar a planta. De acordo com os especialistas, quando uma planta cresce em condições salinas, suas enzimas não trabalham mais tão bem.

A domesticação e a evolução da cultura do trigo alterou a genética do trigo moderno, que acabou se tornando vulnerável a pressões ambientais. O trigo utilizado na produção de alimentos como massas e cuscuz é particularmente suscetível à salinidade do solo. Os pesquisadores, porém, descobriram que um parente ancestral do trigo, o
Triticum monococcum, continua sendo uma importante fonte dos tais genes tolerantes à salinidade.

Após cruzarem as duas espécies, os pesquisadores cultivaram a nova variedade de trigo em solos altamente salinos e descobriram que o rendimento foi até 25% maior do que os das espécies sem o gene antigo. Segundo os cientistas, não só a Austrália pode se beneficiar com o trigo modificado, mas também os Estados Unidos, a Rússia e alguns países da África, que sofrem com os solos salinos. O próximo passo da pesquisa, já em andamento, é incluir o gene tolerante ao sal na variedade de trigo usada para a produção de pão.






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