Pesquisa feita com mais de 1,5 milhão de mulheres mostrou que, embora pílulas também elevem as chances do problema, adesivo e anel vaginal são mais perigosos
Adesivo anticoncepcional: o método aumenta em 2,5 vezes o risco de trombose em comparação com pílula
Uma pesquisa publicada nesta quinta-feira no periódico British Medical Journal (BMJ) concluiu que os contraceptivos não orais, como os anéis vaginais, apresentam maiores riscos de causarem trombose venosa do que a pílula. De acordo com o estudo, as participantes que faziam uso de adesivos foram as mais propensas a terem o problema.
Nesse estudo, os pesquisadores da Universidade de Copenhague, na
Dinamarca, selecionaram mais de 1,5 milhão de mulheres com idades entre
15 e 49 anos que não haviam apresentado trombose ou câncer até então.
Eles acompanharam as participantes durante nove anos. Após esse período,
foram registrados 3.434 casos de trombose.
O maior risco de trombose venosa foi encontrado entre as mulheres que
faziam uso de adesivos. Quando comparadas àquelas que usavam pílula
contendo levonorgestrel, um tipo de hormônio feminino sintético
utilizado principalmente nas pílulas mais antigas, essas participantes
tiveram 2,5 mais chances de terem trombose venosa. No caso das mulheres
que faziam uso do anel vaginal, esse risco dobrou.
Quando os pesquisadores confrontaram os dados das participantes que não
faziam uso de nenhum método contraceptivo com os das outras, eles
descobriram que o adesivo aumenta o risco de trombose venosa em oito
vezes. Essas chances aumentaram em 6,5 vezes entre as mulheres que
usavam anel vaginal e triplicou entre as que tomavam pílula contendo
levonorgestrel. Porém, os implantes subcutâneos apenas elevaram
ligeiramente a chance de trombose, e o dispositivo intra-uterino (DIU),
além de não ter demonstrado prejuízos à saúde, mostrou um pequeno efeito
protetor em relação à doença.
Pílulas novas — As pílulas levadas em consideração por
esse estudo, que são feitas com levonorgestrel, porém, apresentam um
risco menor de trombose venosa do que as feitas a partir do hormônio
drospirenona — como a Yaz e Yasmin, que entraram mais recentemente no
mercado. Uma pesquisa também publicada no BMJ, em abril de 2011, mostrou
que mulheres que fazem uso de pílulas com esse hormônio são três vezes
mais prováveis de terem trombose venosa do que aquelas que tomam pílulas
com levonorgestrel.
De acordo com os pesquisadores, esses resultados mostram que há uma
taxa considerável de mulheres que devem trocar os métodos contraceptivos
não orais pela pílula com levonorgestrel a fim de diminuir o risco de
trombose.
Posicionamento — Em comunicado, a MSD, empresa que
fabrica o anel vaginal NuvaRing, disse: "O artigo “Venous thrombosis in
users of non-oral hormonal contraception: follow-up study, Denmark
2001-10”, do British Medical Journal, mostra risco 1.9 vez
maior de trombose na comparação entre o anel vaginal e a pílula
anticoncepcional combinada, o que é considerado risco pouco expressivo e
que, de maneira nenhuma, é suficiente para superar os benefícios de
evitar uma gravidez não planejada que, por si só, aumenta em 12 vezes a
chance de ocorrência de trombose em mulheres sem nenhuma patologia".
Nenhum comentário:
Postar um comentário