Um novo relatório mundial sobre o câncer de mama estima que, em 2013,
pelo menos 60 mil mulheres a mais que este ano sejam diagnosticadas com a
doença. A previsão de novos casos identificados até o fim de 2012 em
todo o planeta é de 1,6 milhão, contra 640 mil na década de 1980. Ou
seja, em três décadas, o número mais que dobrou.
Anualmente, a ocorrência de câncer de mama - que atinge principalmente o
sexo feminino - tem subido 3,1%, segundo aponta o "World Breast Cancer
Report 2012", anunciado esta semana por cientistas do Instituto
Internacional de Pesquisa da Prevenção, em Lyon, na França.
O texto destaca que o problema vem crescendo em taxas alarmantes em todo
o globo e já se tornou uma "pandemia" que ameaça a saúde pública. Tanto
a incidência quanto as mortes aumentaram, mas os métodos de diagnóstico
por imagem também.
A maioria dos novos casos ocorre nos países desenvolvidos, e as mortes
estão basicamente divididas entre as nações desenvolvidas e as em
desenvolvimento. Em 2010, cerca de 450 mil mulheres morreram vítimas
desse tipo de tumor no mundo inteiro.
Segundo Nancy Brinker, presidente da organização americana Susan G.
Komen for the Cure , dedicada ao combate da doença, novas pesquisas são
necessárias para determinar por que as mulheres nos países desenvolvidos
sofrem mais com o câncer de mama. Nancy perdeu a irmã, Susan, em
virtude do câncer, aos 36 anos.
A principal conclusão do relatório é de que existem disparidades
significativas entre os países ricos e pobres em relação a diagnóstico,
tratamento e evolução da doença. Nas nações de alta renda, por exemplo, o
problema costuma ser identificado precocemente e as mulheres vivem
mais, enquanto nas regiões menos desenvolvidas as pacientes chegam ao
médico quando já está instalado um processo de metástase, ou seja, de
proliferação de células tumorais pelo corpo.
O câncer de mama é a primeira causa de morte de mulheres por tumor no
país. Entre os óbitos por doenças em geral no sexo feminino, perde
apenas para os problemas cardiovasculares, como infarto e acidente
vascular cerebral (AVC).
O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima, para 2012, um total de
52.680 novos casos de câncer de mama entre as mulheres. Por região, o
Sudeste lidera o ranking (29.360), seguido do Sul (9.350), Nordeste
(8.970), Centro-Oeste (3.470) e Norte (1.530).
Em relação às mortes pela doença, o dado mais recente que o Inca tem é
de 2010, registrado no banco de dados do Sistema Único de Saúde
(Datasus), com 12.705 óbitos de mulheres e 147 de homens somente na rede
pública.
No sexo feminino, atrás desse tipo de tumor, em número de diagnósticos,
aparece o de colo do útero, com 17.540 novos casos previstos para 2012.
Entre todos os tipos de câncer no Brasil, o de próstata ainda atinge
mais os homens que o de mama afeta as mulheres, de acordo com o Inca.
Apesar de a próstata ser o problema mais frequente nos homens, com
60.180 novos casos previstos para este ano, o câncer de pulmão mata
mais.
Casos previstos de câncer em mulheres no Brasil*
Mama - 52.680
Colo do útero - 17.540
Cólon e reto - 15.960
Tireoide - 10.590
Traqueia, brônquios e pulmões - 10.110
Cânceres que mais matam mulheres no Brasil**
Mama - 12.705
Traqueia, brônquios e pulmões - 8.190
Cólon, reto e ânus - 6.892
Estômago - 4.768
Pâncreas - 3.769
Casos previstos de câncer em homens no Brasil*
Próstata - 60.180
Traqueia, brônquios e pulmões - 17.210
Cólon e reto - 14.180
Estômago - 12.670
Cavidade oral - 9.990
Cânceres que mais matam homens no Brasil**
Traqueia, brônquios e pulmões - 13.677
Próstata - 12.778
Estômago - 8.633
Cólon, reto e ânus - 6.452
Esôfago - 5.923
* Estimativas para 2012
**Dados de 2010 do SUS
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