domingo, 5 de junho de 2011

Estudo aponta que adolescentes podem estar se tornando mais egocêntricos e depressivos

Uma pesquisa, feita pela Universidade de Columbia, EUA, e capitaneada por Suniya Luthar, mostrou que adolescentes de famílias com maior poder aquisitivo têm maiores taxas de depressão, ansiedade e abuso de substâncias químicas do que os de outros grupos socioeconômicos.
“As famílias de estratos socioeconômicos mais baixos enfrentam grandes desafios”, diz a pesquisadora, que assina outro estudo sobre saúde mental em crianças de famílias com baixo orçamento. “Mas ao que parece, existem fatores atenuantes para que elas não desenvolvam os mesmos tipos de problemas de crianças de outras faixas econômicas.”
Os adolescentes privilegiados parecem ter obstáculos mais constantes, entre eles aqueles relacionados a uma sociedade cada vez mais narcisista. Além disso, diz Dan Kindlon, outro pesquisador envolvido no estudo, as famílias encolheram e esses adolescentes são vistos como crianças preciosas. “É difícil acreditar que o mundo gira ao seu redor quando se tem muitos irmãos e irmãs”, diz Kindlon.
Algumas pesquisas também apontam que o problema pode ser gerado pelos pais desses indivíduos, que enfatizam as notas e as performances acadêmicas, em vez de ações que valorizem o caráter.
Madeline Levine, autora de um livro sobre o assunto, intitulado “O preço do privilégio” (The Price of Privilege: How Parental Pressure and Material Advantage are Creating a Generation of Disconnected and Unhappy Kids, HarperCollins, 2006) aponta que as mães desse tipo de adolescente estão em preocupação constante, quase doentia, quando o assunto são seus filhos. E isso pode gerar respostas conflitantes em seus filhos, mesmo que as intenções dos pais sejam as melhores possíveis.
Geração “tudo para mim”
A primeira opção de título para seu livro, diz Levine, era “Como criar uma criança tipicamente normal”. “O problema é que nenhum pai acha que seu filho é uma criança ‘na média’”, diz a autora. E os pais não são os únicos que insistem na ideia de que seus filhos são especiais ou “acima da média”. Os filhos parecem acreditar nisso também.
Jean Twenge, pesquisador da Universidade Estadual de San Diego, EUA, analisou a incidência de transtorno de personalidade narcisista (TPN) em mais de 16 mil estudantes americanos do ensino médio durante 1979 e 2006. O pesquisador indica que a incidência desse transtorno começou a aumentar a partir de meados da década de 1980 (passou de 1 em cada 7 para 1 em cada 4 adolescentes com traços de TPN).
Alguns traços do narcisismo – como o autoritarismo e o sentimento de autossuficiência, por exemplo – podem até ser saudáveis, diz Robert Horton, pesquisador da Faculdade Wabash de Indiana, EUA. Mas essa espécie de “projeção constante da própria imagem” pode levar a problemas nos relacionamentos interpessoais, ele completa. Os narcisistas tendem a agir de forma mais defensiva, não perdoam facilmente, têm problemas com os relacionamentos afetivos e na manutenção de amizades. Na opinião de Twenge, isso pode ser um sério obstáculo para a felicidade.
“O narcisismo está relacionado a um impacto negativo para o indivíduo. Mas ao que parece, nossa sociedade aceita esse transtorno cada vez mais facilmente”, diz Twenge, cuja pesquisa foi publicada no periódico Journal of Personality.

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