Filhos de mães que fumaram durante a gravidez correm 40% mais riscos de ter problemas de desenvolvimento. Mães brasileiras fizeram parte do estudo
Fumo aumenta em 40% as chances de recém-nascido ter problemas de desenvolvimento.
"O estudo destaca os perigos do fumo pré-natal", disse George Wehby, professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de Iowa e coordenador do estudo. "Esperamos que ele dê mais destaque para a necessidade de desencorajar as mulheres grávidas a fumar."
No total, foram estudadas 1.600 crianças de clínicas de saúde da Argentina, Brasil e Chile. Para chegar aos resultados, os pesquisadores perguntaram às mães sobre seu consumo de cigarro. Além disso, eles também fizeram exames neurológicos nas crianças, o que incluiu testes cognitivos, avaliação da comunicação e da função neurológica básica. Aproximadamente 11% das mulheres que participaram do estudo fumaram durante a gravidez.
Segundo os pesquisadores, crianças pobres eram as mais afetadas que as outras porque as mães tinha tendência a fumar mais. "Ter um melhor nível socioeconômico pode compensar alguns dos efeitos adversos de fumar, como por exemplo, a adoção de hábitos mais saudáveis e melhor acesso ao pré-natal", disse Wehby.
Estudos anteriores já demonstraram as consequências do fumo em crianças. Nenhum deles, porém, conseguiu isolar o fumo de outros fatores de risco. Por exemplo, grávidas que fumam também são mais propensas a consumir bebidas alcoólicas e a ter outros comportamentos que são danosos aos bebês.
No estudo, os pesquisadores também levaram em conta as localizações geográficas das mães. Isso foi importante porque o local onde elas moram pode influenciar diretamente no preço dos cigarros e as políticas de fumo.
"Dada a importância da saúde na primeira infância e do desenvolvimento neuropsicomotor, as intervenções orientadas para reduzir o fumo pré-natal podem resultar em melhorias significativas no desenvolvimento da criança”, disse Wehby.
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