A droga fumada esteve acompanhada por agudos efeitos cognitivos, diz médica
Um estudo publicado nesta segunda-feira na revista da Associação
Médica do Canadá ("CMAJ") disse que o uso de cannabis alivia a
espasticidade e a dor nas pessoas que sofrem de esclerose múltipla, mas
alertou que existem "efeitos cognitivos adversos".
O estudo, realizado por pesquisadores da Escola de Medicina da
Universidade da Califórnia em San Diego, analisou 30 pacientes com uma
idade média de 50 anos dos quais mais da metade necessitavam de ajuda
para caminhar e 20% utilizavam cadeiras de rodas. A doutora Jody
Corey-Bloom, do Departamento de Neurociência da Universidade de San
Diego, assinalou no estudo que "observamos um efeito benéfico da
cannabis fumada na espasticidade resistente ao tratamento e na dor
associada com a esclerose múltipla entre nossos participantes".
— Embora geralmente bem tolerada por nosso pacientes, a maconha fumada esteve acompanhada por agudos efeitos cognitivos.
Os pesquisadores indicaram que são necessários mais estudos de longo
prazo para confirmar as descobertas "e determinar se doses menores podem
ter efeitos benéficos com um impacto cognitivo menor".
Porém, o estudo também apontou que em outras pesquisas centradas nos
efeitos da cannabis administrada oralmente na espasticidade relacionada
com a esclerose múltipla, "qualquer redução da espasticidade foi
geralmente observada em classificações subjetivas".
No entanto, neste estudo, os pesquisadores disseram que utilizaram um
método "objetivo". Os médicos usaram uma escala Ashworth modificada,
ferramenta que serve para avaliar a intensidade do tônus muscular, para
determinar a espasticidade dos músculos.
Os resultados indicam que o grupo de pacientes que fumou maconha
experimentou uma redução na escala Ashworth de quase um terço (2,74
pontos) em comparação com o grupo que utilizou um placebo. Além disso,
as pontuações de dor foram reduzidas em torno de 50%.
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