Ratas não quiseram se acasalar com ratos expostos ao bisfenol A
O bisfenol A (BPA), substância controversa usada, entre outras coisas, no revestimento interno de garrafas de plástico e mamadeiras, foi associado à feminilização de ratos, segundo estudo publicado nesta segunda-feira (27).
A pesquisa, feita por cientistas da Universidade do Missouri (EUA), mostra que os machos de ratos, expostos enquanto fetos à BPA, se comportam mais como fêmeas, especialmente em suas capacidades para se orientar em seu entorno.
Para os cientistas, essa observação indica que, no homem, esse componente químico poderia ter efeitos negativos no desenvolvimento e nos traços cognitivos próprios de cada sexo, que são importantes para a reprodução. É o que explica Cheryl Rosenfeld, professora adjunta de ciências biomédicas da escola de medicina veterinária da Universidade do Missouri e principal autora do estudo.
- Os ratos da experiência expostos ao BPA - guardadas as proporções, em quantidades equivalentes absorvidas pelo homem - parecem normais, mas são claramente diferentes. As ratas não querem acasalar com os machos expostos ao BPA e estes têm dificuldades maiores em navegar espacialmente para encontrar parceiras sexuais.
Segundo os autores, esse estudo deve estabelecer as bases para futuras pesquisas sobre como o BPA pode afetar diferentemente os comportamentos de meninos com relação ao das meninas.
A pesquisa foi publicada nos Anais da Academia americana de Ciências, com data de 7 de junho a 1º de julho.
Apesar de a Agência Americana de Alimentos e Medicamentos notar "inquietações" com relação aos efeitos do BPA e de o Canadá ter sido o primeiro país do mundo a classificar esse produto como tóxico, a falta de acordo entre os cientistas quanto aos seus efeitos em animais e seres humanos ainda persistem.
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