sexta-feira, 15 de julho de 2011

Iniciação sexual no Brasil ocorre cada vez mais cedo, revela estudo

"Há uma década, 11% das primeiras relações sexuais acontecia antes dos 15 anos, já em 2006 são 32% antes dos 15 anos, e nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste em 74% das vezes a primeira relação ocorreu antes dos 20 anos"

“Percentual de grávidas antes dos 15 anos dobrou, passando de 3% em 96 para 5,8%; embora quase tenha triplicado o acesso a métodos contraceptivos que passou de 7,8% para 21,3%”

Infelizmente poucas relatam que esqueceram de tomar um anticoncepcional ou falam do preservativo que estourou, perto do número das que questionam a real necessidade do preservativo ou se gozar fora já é o suficiente.

Há as que pedem orientação, pois têm relações sexuais cheias de insegurança e ansiedade porque se relacionam às escondidas.

Iniciação sexual no Brasil ocorre cada vez mais cedo, revela estudo


Nesse mês foi divulgada pelo
Ministério da Saúde a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher. Esse estudo nos mostra que a iniciação sexual da mulher brasileira vem acontecendo mais cedo; comparativamente com o mesmo estudo de 1996, muitas mudanças ocorreram. Há uma década, 11% das primeiras relações sexuais acontecia antes dos 15 anos, já  são 32% antes dos 15 anos, e nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste em 74% das vezes a primeira relação ocorreu antes dos 20 anos.

A preocupação maior é que o percentual de grávidas antes dos 15 anos dobrou, passando de 3% em 96 para 5,8%; embora quase tenha triplicado o acesso a métodos contraceptivos que passou de 7,8% para 21,3%.


É assustador para muitos ver que o índice de gravidez precoce de adolescentes tenha crescido na mesma proporção da iniciação sexual, pois os recursos contraceptivos disponíveis inclusive no meio público triplicaram seu acesso, preservativos e contraceptivos (seja por contracepção oral – comprimido, injetável,ou DIU) estão disponíveis no sistema público de saúde, e esses recursos aliados às informações que os jovens recebem poderiam ajudar ao menos para não permitir que esse índice dobrasse.


Preservativo não está incorporado à vida sexual do jovem


Mas os jovens ainda não têm o preservativo incorporado em suas vidas sexuais. Infelizmente, ainda escuto de adolescentes o quanto que os namorados pedem como prova de amor ou de confiança transar sem preservativo, e o pior é que muitas garotas (e mulheres adultas também) cedem a esse pedido com medo de perder o ‘namorado’ e a chance de sentir-se amada, querida ou desejada.


Muitos são os riscos que nossos jovens ainda correm, mas por falta de orientação? Ou por falta de auto-estima e de um projeto de vida que faça com que eles acreditem e valorizem a vivência da sexualidade com proteção?


Alguns poucos trabalhos de educação sexual têm sido desenvolvido como aprender a viver a sexualidade com segurança, auto-estima e proteção para não perder de vista um sonho, um projeto de vida.


Coordenei no último semestre, com pós-graduandos em
Educação Sexual do Instituto Brasileiro de Sexologia e Psicossomática, o projeto - Educação sexual: um projeto de vida e de prazeres, com adolescentes do Ambulatório da Hebiatria da Faculdade de Medicina do ABC, valorizando a construção de um projeto de vida aliado a fortalecer a auto-estima, a prevenção de gravidez e doenças sexuais.

É importante que as famílias conversem e orientem os jovens. As escolas precisam rever a postura de seus professores e rever o eixo de trabalho de educação sexual, precisamos pensar com eles a importância da auto-estima, auto-respeito e da possibilidade de sonhar um projeto de vida.


Sexo e moeda de troca


A sexualidade é uma vivência inevitável, mas ela precisa ser prazerosa e não uma fonte de risco e preocupação. A sexualidade não pode ser barganhada como forma de aceitação em um grupo ou moeda de troca de afeto ou de companhia. Apesar de tantas mudanças ocorridas nos últimos 50 anos, muitas de nossas adolescentes ainda temem serem trocadas por outra se não cederem aos desejos, pressões e exigências de muitos garotos em busca de auto-afirmação.


No relacionamento, é preciso respeitar os limites do outro desejando proteção e cuidado. Isso é afeto.


Nossas adolescentes precisam acreditar que merecem serem tratadas com respeito e carinho, mas que elas mesmas têm que ter essas atitudes com elas próprias, não correndo riscos, se protegendo, e assim podendo viver uma sexualidade prazerosa e uma vida com uma perspectiva de crescimento. É aprender e acreditar que sonhar vale a pena e viver uma sexualidade sem riscos também é um prazer a mais.
 

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