A autoestima aumenta durante a adolescência e diminui no início da fase adulta, mas ao contrário do que muitos podem acreditar, não há diferenças significativas entre a autoestima de homens e mulheres durante estas fases. É o que aponta um novo estudo realizado pela American Psychological Association (APA).
Pesquisadores da Universidade de Basel, na Suíça, analisaram dados de uma pesquisa longitudinal – feita repetidamente durante muito tempo – sobre a juventude, iniciada em 1979. A amostra envolveu 7,1 mil pessoas, dos 14 aos 30 anos de idade, aproximadamente. De 1994 a 2008, os participantes eram avaliados de dois em dois anos.
Segundo a autora do estudo, Ruth Yasemin Erol, os pesquisadores analisaram se os Big Five (modelo dos cinco grandes fatores na avaliação da personalidade que envolve neuroticismo ou instabilidade emocional, extroversão, amabilidade, meticulosidade e abertura para o novo) afetavam a autoestima. Também foram considerados outros aspectos, como sentido de domínio da vida, riscos e tendências, gênero, etnia, saúde e renda.
“Avaliamos os fatores que acreditávamos ter impacto no desenvolvimento da autoestima”, diz Erol. “Compreender a formação da autoestima é importante para identificar e realizar intervenções que possam melhorar o amor-próprio das pessoas em tempo”.
Os resultados apontam que não há diferenças na formação da autoestima entre homens e mulheres. “Os resultados são importantes porque ideias falsas na diferença entre a autoestima de homens e mulheres carregam consequências substanciais”, explica a pesquisadora. “Por exemplo, pais, professores e psicólogos especializados em testes vocacionais podem ignorar problemas da autoestima de adolescentes do sexo masculino e homens jovens por causa da crença generalizada de que eles têm maior autoconfiança do que as mulheres”.
Sentir que têm domínio sobre a própria vida tem um efeito positivo sobre o nível de autoestima dos participantes, de acordo com o estudo. Em contraste, renda não influenciou de maneira geral a trajetória da formação da autoestima.
“A pesquisa sugere que, em termos de estabilidade emocional, extroversão, meticulosidade e domínio são fatores preditivos importantes na formação da autoestima”, conclui.
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