quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Salmonela multirresistente a antibióticos alarma cientistas

Bactéria relacionada a infecções alimentares pode ter surgido a partir de aves comumente submetidas ao tratamento com antimicrobianos

Pesquisadores franceses identificaram o surgimento de uma cepa multirresistente da bactéria salmonela ao medicamento ciprofloxacina, antibiótico comumente utilizado para o tratamento de infecções alimentares. O estudo, realizado por pesquisadores do Instituto Pasteur, na França, foi publicado nesta quarta-feira no periódico científico The Journal of Infectious Diseases.
O levantamento foi realizado a partir de informações coletadas no banco de dados da Inglaterra, País de Gales, Dinamarca e Estados Unidos. Segundo o estudo, entre 2000 e 2008, uma cepa de salmonela multirresistente a antibióticos conhecida como S. Kentucky infectou 489 pacientes na França, Inglaterra, País de Gales e Dinamarca. Além disso, os pesquisadores relataram que as primeiras infecções podem ter se originado do Egito, entre 2002 e 2005, e também podem ter sido contraídas em várias partes da África e do Oriente Médio a partir de 2006. Estes casos são geralmente tratados com antibióticos chamados fluoroquinolonas, como a ciprofloxacina.
Cerca de 10% dos pacientes com a bactéria não relataram viagens internacionais. De acordo com os médicos, isso pode sugerir que as infecções também podem ter ocorrido na Europa em razão do consumo de alimentos contaminados importados ou por meio de contaminções secundárias.
A bactéria multirresistente S. Kentucky foi isolada a partir de galinhas e perus da Etiópia, Marrocos e Nigéria. Segundo os cientistas, as aves são um importante agente de infecção – já que a administração de fluoroquinolona é bastante comum em galinhas e perus de produção.
A infecção por Salmonela representa um problema de saúde pública no mundo inteiro. Estimativas sugerem que 1,7 milhão de pessoas sejam infectadas por ano na América do Norte. Entre 1999 e 2008, foram notificados 1,6 milhão de casos em 27 países europeus.
As infecções por salmonela costumam causar diarreia, febre e cólicas abdominais nos primeiros dias depois de comer o produto contaminado. Embora a maioria das infecções cause apenas uma gastroenterite leve, idosos e pessoas com sistema imunológico comprometido são os principais afetados pelo problema e correm risco de ter que realizar tratamentos para o resto da vida.  Pacientes graves são tratados com antimicrobianos fluoroquinolonas, as principais opções para o tratamento de infecções graves ou sistêmicas causadas por salmonela.
O estudo destaca ainda a importância da vigilância sanitária em um sistema alimentar global. "Esperamos que a nossa publicação possa mexer na consciência das autoridades nacionais e internacionais de saúde, de alimentação e autoridades agrícolas para que eles tomem as medidas necessárias. É preciso controlar e impedir a disseminação desta cepa antes que se espalhe no mundo”, alerta Simon Le Hello, um dos autores do estudo. Nos anos 90, outra variante da Salmonela, a Typhimurium DT104, se espalhou mundialmente.

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