Mosquitos geneticamente modificados gerariam proles incapazes de chegar à fase adulta. Técnica ainda está em teste e precisa de autorizações oficiais
Instituto do Panamá defende o uso de gerações geneticamente modificadas do mosquito Aedes aegypti para combater a dengue
Cientistas querem introduzir no Panamá mosquitos geneticamente
modificados para combater o inseto transmissor da dengue. O projeto foi
anunciado nesta quarta-feira por Néstor Sousa, diretor do Instituto
Comemorativo Gorgas de Estudos de Saúde, dedicado a pesquisas sobre
doenças tropicais no Panamá.
A ideia é introduzir mosquitos OGM (organismos geneticamente
modificados) que competiriam com seus congêneres não modificados pelas
fêmeas. A modificação genética tem objetivo de criar uma prole que não
resistiria a um dos processos de crescimento do Aedes aegypti, a fase de larva na água.
A empresa de biotecnologia britânica Oxytec é responsável pela produção
de mosquitos com essa característica a partir da introdução de um gene
em laboratório. Este processo tecnológico ainda está em fase de estudo e
já foram realizadas experiências no Brasil, na Malásia e nas Ilhas
Caiman.
Preocupação - A técnica e a modificação genética geram
muitos temores entre grupos de ecologistas. Até o momento não há
autorizações para este tipo de prática e os projetos para compra dos
mosquitos OGM da Oxytec devem aguardar autorizações oficiais.
Sousa tenta tranquilizar os críticos. "Os efeitos adversos teóricos
existem, mas não há um risco real", insistiu, acrescentando que este
método de controle é "mais seguro para o ambiente" do que os
inseticidas.
Para o diretor, essa é uma nova tecnologia para controlar as populações dos mosquitos Aedes aegypti. "Ficou demonstrado que se você libera estes mosquitos machos, periodicamente a população diminui", disse Sousa.
A tecnologia RIDL, da Oxytec, é uma variação melhorada da Técnica do
Inseto Estéril, usada no Panamá há vários anos para controlar a
proliferação da mosca varejeira (Cochliomyia hominivorax), que provocam miíase, também conhecida como bicheira, parasitose que destrói a pele de animais pela infestação de larvas.
Nesta técnica, machos "estéreis" são liberados para acasalar com fêmeas
silvestres, reduzindo o êxito reprodutivo destas fêmeas. Repetidas
liberações levam à supressão da população silvestre.
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