quinta-feira, 17 de maio de 2012

Pressão para ser bem-sucedido pode destruir seus planos de felicidade

A mensagem é dura e clara. Chega até nós das mais diversas formas: propagandas, novelas, anúncios em revistas, filmes... Você tem de ser bem-sucedido, senão não é ninguém e sua vida não vale a pena. E por ser bem-sucedido entende-se não somente ter um emprego com boa remuneração, ambiente harmonioso, perspectivas e que traga satisfação pessoal. É preciso ser o melhor da área, fazer todos os cursos disponíveis, conquistar uma promoção atrás da outra (ainda jovem, de preferência) e ganhar muito dinheiro, para adquirir tudo aquilo que indica que alguém chegou lá: um amplo apartamento, um automóvel de luxo e uma família digna de comercial de margarina para exibir no porta-retratos.

O problema é que, de acordo com especialistas em comportamento humano, as pessoas vêm se perdendo no meio do caminho. "A busca pelo sucesso faz com que o profissional se descuide de valores importantes, como ética, profissionalismo, educação, respeito e até o talento natural", diz a coach Giselle Safatle Faiad.


Segundo a psicóloga Sâmia Simurro, vice-presidente de projetos da Associação Brasileira de Qualidade de Vida (organização sem fins lucrativos), muitos são os fatores que podem contribuir para a perseguição do sucesso a qualquer preço. "Temos presenciado uma sociedade cada vez mais competitiva, com valores e éticas sociais e familiares enfraquecidos e um consumismo próximo do descontrole. Essas e outras circunstâncias levam a uma grande questão, que é a enorme necessidade de ter coisas, poder e reconhecimento. As pessoas acreditam que assim poderão suprir a insaciável necessidade da vaidade humana”, explica.
Para a coach Giselle Faiad, o ser humano, em geral, deseja a qualquer preço uma maneira de suprir suas carências e situações que não consegue administrar no decorrer da vida. “A busca desenfreada pelo sucesso nada mais é do que uma fuga”, diz. E as pessoas se esquecem que ele pode ser passageiro e que o retorno à rotina normal pode gerar uma incômoda e dolorosa sensação de vazio. Alguns, no entanto, sabem muito bem administrar a situação e não se transformam em reféns das próprias conquistas.

A psicóloga Heloisa Schauff afirma que muita gente associa, equivocadamente, o conceito de felicidade ao sucesso profissional. Isso costuma acontecer por que os louros da carreira geram visibilidade e  proporcionam uma sensação de prestígio e poder, o que infla o ego. Mas o papel profissional é apenas um dos diversos papéis que exercemos na vida. “Há, também, o aumento do poder de compra e o consumismo é uma bandeira na sociedade atual. Ter um alto padrão de vida tornou-se sinônimo de felicidade para muitos”, diz a especialista.


A psicóloga Ana Maria Rossi, presidente da Isma Brasil, filial da International Stress Management Association, instituição voltada à pesquisa e ao desenvolvimento da prevenção e do tratamento do estresse no mundo, lembra que pior do que a pressão externa, da sociedade, é a cobrança interna --aquela que a pessoa impõe a si mesma. “No desejo de alcançar as metas que estabeleceu, a pessoa vive ansiosa, angustiada e com sentimentos de culpa. Sempre acha que poderia fazer melhor e nunca consegue relaxar”, afirma Ana Maria.
Equilíbrio essencial
Não precisamos ter o corpo perfeito, mas devemos nos cuidar bem para ficarmos sempre saudável e nos apresentar bem. O corpo perfeito, vale destacar, não garante o par ideal. Assim como ter dinheiro não garante a felicidade de ninguém, mas viver na miséria sem dinheiro algum torna nossa vida muito difícil. “Um carrão não vem junto com respeito, lealdade e amigos verdadeiros; o sucesso na carreira não vem junto com a felicidade, assim como constituir uma família não garante o viver bem. Tudo vai depender de suas expectativas na vida e essa receita para viver plenamente não existe”, explica a especialista.  

A psicóloga Heloisa Schauff acha que as pessoas confundem o significado real desses fatores todos. “Muitos deles são tidos como importantes e fundamentais, pela sociedade consumista que impera hoje. A propaganda vende a felicidade e o sucesso através do ter e isso é absorvido com todas as distorções que estão implícitas”, afirma. Seguindo essa lógica, é preciso exibir curvas perfeitas para despertar o interesse de alguém e a identidade das pessoas se baseia totalmente no desenho do corpo, não na sua essência. “Só com um corpo perfeito a pessoa consegue se sentir poderosa e atraente. Caso contrário, se recebe um elogio, não acredita ou no mínimo fica surpresa. E não estar com o corpo dentro dos padrões impostos é motivo de infelicidade. Paralisada por essa infelicidade, ela deixa de ir em busca de seus objetivos”, explica a psicóloga.


Quando as pessoas investem seu tempo, energia e atenção em um único item da vida, os outros ficarão desequilibrados. Tudo o que foi conquistado sequer é desfrutado. Para mudar esses parâmetros, a psicóloga Ana Maria Rossi aconselha estabelecer prioridades e procurar não enfatizar somente o sucesso profissional como sinônimo de alguém bem-sucedido. “Começar a se sentir valorizado e aceito por outros meios que não só os bens materiais também é um exercício de autoconhecimento que pode ter resultados positivos, assim como investir nas relações afetivas”, afirma.

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