O consumo compulsivo de doces está ligado a problemas
psíquicos e orgânicos. Esta é a conclusão de especialistas em nutrição,
que se basearam em pesquisas e entrevistas com mulheres, que tem uma vontade
quase irresistível de comer doces. Estes especialistas verificaram que a
voracidade por bombons pode ser tão doentia quanto à dependência do álcool
ou drogas.
A ingestão de doces geralmente é para compensar algum
problema ou melhorar o humor de quem sofre da compulsão. Mas, depois,
irremediavelmente, os devoradores de doces começam a ter pesadelos com a
balança. É natural. Nas últimas décadas as pessoas seguem padrões de beleza
que as obrigam a desejar um corpo esguio e perfeitamente modelado.
Nos consultórios as queixas são conhecidas. Se a pessoa foi
gorda, o consumo de doces é seguido de complexo de culpa e de recriminações
sobre a falta de força de vontade.
Como muitas pessoas, com transtornos alimentares, parecem
também sofrer de depressões, alguns pesquisadores acreditam que pode haver uma
relação entre estes problemas. Eles afirmam que a compulsão pode ser uma
adaptação do organismo para suprir a deficiência de serotonina, um dos
neurotransmissores responsáveis pela comunicação entre os neurônios.
Estudos recentes mostraram que as pessoas que sofrem de um
desequilíbrio no sistema Serotonina/Noradrenalina, têm uma disfunção
alimentar ligada a distúrbios psiquiátricos. A serotonina também interfere no
estado de humor e na sonolência; quando há uma diminuição dessa substância
no cérebro, a pessoa sente necessidade de ingerir açúcar.
Mas é possível comer sem culpa, desde que haja um mínimo
de autodisciplina. Todo mundo sabe que o regime ideal requer um pouco de cada
alimento, como as verduras, carnes, frutas, legumes e cereais.
A alimentação ideal deve ter 55% de carboidratos, 30% de
gorduras e 15% de proteínas. Com esta proporção, os carboidratos ou
açúcares deixam de ser os grandes vilões e os culpados pela cintura grossa.
Assim, quando alguém devora um bolo ou um sorvete de creme
não vai ganhar uns quilinhos apenas por causa do açúcar, mas também pela
manteiga, leite e creme da mistura.
Segundo nutricionistas, é uma maneira de compensar um
hábito introduzido desde a infância: as mães costumam adoçar o leite das
mamadeiras; quando a criança é bem comportada, ganha um refrigerante; à
partir da adolescência, os namorados se presenteiam com bombons. O doce adquire
assim, um significado afetivo na maioria das famílias. E ao haver uma carência
de afeto, a compensação pode ser buscada no próprio doce.
Uma manobra interessante é a pessoa tentar ingerir mais
vegetais, como os espargos, que diminuem esta vontade de atacar a geladeira.
Quem tem uma vontade incontrolável de comer doces e não é diabético, pode
optar por compotas de frutas ou outros doces sem gordura.
O importante é driblar esta vontade, com frutas, doces
dietéticos, exercícios físicos que aumentam a serotonina, dando sensação de
bem estar. Porém, quando a situação for difícil de contornar, um
profissional especializado, como um psiquiatra, pode ser de ajuda para o
paciente, para o tratamento de distúrbios da ansiedade que podem estar
associados a este quadro.
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