Por um amor bandido, a mulher acaba se desequilibrando
"Amor bandido" existe sim! Sou testemunha plena de que existe. Quantas
lágrimas pingaram sobre a minha mesa de trabalho, quantas mulheres, das
mais diferentes condições e idades se desesperaram... Mulheres, sim, e
essa é outra constatação importante. São mulheres as principais
envolvidas nessa espécie de vínculo, tão contraditório.
O quadro geral se repete, um padrão de estrutura básica: aí está ela em
grande sofrimento, porque foi abandonada pelo homem que só a fez sofrer,
que não a valorizou por anos a fio. Ela, cabisbaixa, fragilizada e
infeliz, não se dá conta da dimensão do abismo para o qual ele a
empurrou e o que ela deseja mesmo, viciada na queda, é continuar a cair.
Amor bandido, sedutor, é aquele que se impõe devagar, solícito e
atencioso. Envolvendo a mulher, ele acaba confessando a ela todas as
dificuldades pelas quais tem passado, as injustiças profissionais e até
mesmo os tropeços conjugais. Macio, ele vai enrodilhando a mulher
embevecida, lento e ardiloso como uma serpente que só aperta o laço
quando a vítima já não pode mais escapar.
"Sim", resolve ele, "só você pode me ajudar". O nó aperta a romântica
criatura que, hipnotizada pela chance de ser tão importante para alguém
no mundo, se entrega desmedidamente, ilimitadamente.
O amor bandido monta então a próxima armadilha: torna-se arredio,
explica-se cada vez menos, e - essa é a finalidade - mostra a sua
verdadeira natureza de controlador, com imensa disposição para ferir a
sua vítima.
Ela sofre. Ele a censura, reprime e atormenta. Ela se desequilibra, se
atrapalha na vida profissional, perde a autoestima, se vê feia no
espelho. Golpe final, sem compaixão, o amor bandido se afasta com vagas
explicações, pressa e mau-humor. Se vai sem deixar rastro.
Com ela fica a perplexidade de estar de repente sozinha, a necessidade
de reiniciar um caminho, de reorganizar uma vida cujo sentido ela
perdeu, de juntar forças para se recuperar. Ocasião propícia para pedir
ajuda! Há uma gama de profissionais competentes - do comportamento ao
sentido espiritual da experiência - que podem auxiliar oportunamente,
seja avaliando a trajetória psicológica, seja compreendendo a expressão
do carma - para dele se libertar.
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