Medicina para todos
O mundo precisa de um tratado internacional para tornar mais justo,
mais eficiente e mais igualitário o sistema mundial de saúde, sobretudo
na busca por tratamentos mais eficazes e no desenvolvimento de novos
medicamentos.
É o que defendem Ellen Hoen (Universidade de Amsterdan), Suerie Moon
(Universidade de Harvard) e Jorge Bermudez (Fundação Oswaldo Cruz), em
um artigo divulgado pela renomada PLoS Medicine.
Segundo eles, esse tratado internacional, basicamente um tratado
sobre pesquisa e desenvolvimento, deverá se basear no entendimento de
que um sistema de saúde financeira e politicamente estável precisará da
contribuição de todos, e deverá garantir que todos se beneficiem dos
esforços.
"A inovação na área médica e o acesso aos frutos do progresso
científico não são mais preocupações políticas restritas ao nível
nacional ou apenas aos países ricos," escrevem eles.
"Em uma era de interdependência na saúde, ferramentas efetivas para a
governança global são necessárias para gerar pesquisas e
desenvolvimentos médicos como um bem público global, que possa produzir
benefícios para todos," propõe a equipe.
Pesquisas para todos
Segundo os cientistas, o atual sistema de pesquisa e desenvolvimento
de novos medicamentos não atende às necessidades da maioria da população
mundial, 80% da qual vive em países em desenvolvimento.
Por exemplo, não existe um sistema global de regras que garanta que
os novos medicamentos estejam ao alcance de quem mais precisa deles, e
não existe financiamento para pesquisas de doenças que afetam
predominantemente os mais pobres.
Segundo os pesquisadores, esforços nesse sentido têm sido aleatórios, fragmentados e insuficientes.
"Um sistema no qual todos os países contribuam com recursos e com
conhecimento formará a base de arranjos de governança mais equitativos,
nos quais as populações mais afetadas tenham uma voz mais forte na
tomada de decisões," conclui o artigo.
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